Missão

510 38 13
                                    

Extinção

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Extinção. Era fato que o tão receoso momento chegaria para as flores de Noctum.

Os Lunaris temiam por este momento como um pássaro receava pelo medo de voar: não era uma opção, aconteceria um dia. E finalmente ela se extinguiu, visto sua floração a cada cinco anos, longe de nutrir a necessidade de Aphelios.

Acontece que como filhos do Destino, Aphelios era dotado fisicamente como a Pedra da Lua e Alune dotada magicamente como o seu reflexo espiritual. E através do seu ato cerimonial às trevas, a fim de descobrir seus caminhos e suas órbitas, Aphelios bebeu a essência de Noctum e posteriormente se tornou foco da canalização mágica de Alune que teve de se trancafiar no reino espiritual a fim de salvar Marus Omegnum, o Templo Lunar ancestral.

Eram os seus destinos: Aphelios sofreria pelo resto de sua vida, a fim de se tornar um canal para o poder da Lua, e Alune viveria sozinha e isolada em sua fortaleza, para se tornar guia do seu irmão.

Unidos não somente pelo amor fraternal, Aphelios e Alune eram unidos pela dor e pelo sacrifício, uma união incomparável, que jamais existiria por igual. Essa união era de alma, transcendendo o véu que limitava os planos distintos de ambos os irmãos.

Naquela noite, Alune clamava pela Lua, cúmplice do sofrimento físico de seu irmão, que mais uma vez se encontrava em treinamento, derramando sangue de suas mãos calejadas pelo seu esforço físico. A irmã se sentia enfraquecida sempre que Aphelios comprometia muito de si, como se compartilhassem o mesmo corpo.

— Deusa, mais uma vez eu venho pedir seu colo. – Alune sorria, mas as lágrimas em seus olhos denunciavam sua tristeza. – Por favor, eu sei que a força de Aphelios é importante para o nosso povo, mas às vezes acho que ele é sobrecarregado demais.

Alune desceu o olhar, derrubando suas lágrimas empáticas.

– Por favor, eu sei que é um pedido egoísta, mas a Senhora poderia arrumar outra forma dele transcender, sem o uso da flor de Noctum? A Senhora sabe como a essência o destrói e... – a sacerdotisa começou a soluçar, se entregando ao choro. – Temo muito o dia em que ele sucumba à dor para sempre!

Alune tampou o rosto, abafando o choro doído que saía de si.

– Senhora, por favor, me ajude a encontrar uma nova forma de que Aphelios possa ser o foco da nossa magia sem o uso deste veneno... – Alune enxugou as lágrimas. – Sei que a Senhora já está cansada de ouvir os meus desejos egoístas, mas, por favor, eu só não quero perder o meu irmão, ele é tudo o que eu tenho..!

Alune chorava e molhava o seu kimono de tantas lágrimas que desciam como cascatas por seus olhos, mas um sussurro de um vento alcançou sua pele, a arrepiando e fazendo-a olhar para trás. Os olhos castanhos captaram um brilho que caiu como uma lágrima cúmplice de sua dor, e Alune se surpreendeu ao notar uma pedra perfeitamente redonda de coloração azul translúcida. Emanava uma energia forte e pulsante, como se fossem ondas do mar guiadas pela Lua.

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora