Supernova

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Assim que a conexão foi rompida, o seu consciente voltou à sua própria realidade. Os olhos se abriram de uma vez, e elétrica, seu corpo solavancou, assustando a gata que jazia em sua barriga.

— Krrh!!! — a gata vociferou, toda arrepiada. — Quer que eu jogue o Livro na sua cabeça?! — no chão, o livro se mexeu, irritado. — Relaxa, livro, eu nunca faria isso com você!

— Yuumi...! O Aphelios...!

Alune tirou a gatinha do seu colo, que a observou curiosa enquanto se levantava e afastava com pressa.

— Você tá chorando? — ela perguntou, vendo a humana correr para perto do altar. Yuumi pulou no livro, que também preocupado, a levou para perto da Lunari.

— É o seu irmão? O que ele aprontou dessa vez? — a felina achava curioso como aquele humano se metia em tantas enrascadas.

— Yuumi, a— a nossa ligação, ela... ela foi interrompida...!

— Liga pra ele de novo, ué! — Yuumi desdenhou, se espreguiçando em cima do Livro, que a repreendeu virando a página e a atrapalhando. — Ai! Tá bom! — ela suspirou. — Por que você tá tão desesperada?

— Ele está em perigo! — Alune se ajoelhou atrás do altar, abrindo com muito custo e empenho o alçapão que havia ali. Abriu o baú velho e oculto, e de lá pegou uma pequena caixa preta. — Estava muito ferido!

— Mas ele tem aquela arma barulhenta que cura, não tem? — Yuumi pulou do Livro e aterrissou no chão, caminhando até Alune, curiosa no que ela mexia.

— Ele foi desintoxicado de Noctum, e agora estamos sem o foco para nossa conexão, por isso não consigo reatar. — Alune fungou, limpando suas lágrimas. — Para ele invocar Severum, ele precisa da minha magia.

Alune enfim abriu a caixinha, permitindo Yuumi ver seu interior, intrigada. Ali havia uma Pedra Lunar perfeitamente polida e redonda, que brilhava como o oceano. Era a Lágrima da Lua, presenteada pela própria.

— Que lindo! — Yuumi exclamou, fazendo Alune sorrir fraco.

— Sim...! — Alune pegou a pedra delicadamente, deslumbrada pela pureza Lunar.

— Me cabe perfeitamente!

— Oi? — Alune franziu o cenho e viu a felina com suas duas patas dentro da caixa, sorrindo feliz. Alune não resistiu e riu da situação. A caixa era quase do tamanho das patinhas da gata. — Eu acho que não te coube tão perfeitamente assim.

— O que você quer dizer com isso? — Yuumi perguntou, tentando sentar em cima da tampa da caixa, mas acabou virando-a. Não que isso tivesse a incomodado, visto que permaneceu daquele jeito mesmo, com a caixa em cima de si.

Alune gargalhou. Yuumi sempre foi boa em distraí-la das suas dores. Mas sua risada foi diminuindo, e a realidade voltando. Quando encontrou Yuumi, sentiu de imediato que havia encontrado uma boa companheira. Ambas contaram suas histórias, e se acolhendo, formaram um elo emocional. Alune era a humana que fazia o carinho em suas orelhas, como sua mestra fazia.

— Yuumi, esses dias pra trás, eu vislumbrei esta pedra e vi Aphelios. Eu sinto que ele deve ter a posse dela.

Alune olhou para a gata, que a encarou com atenção. Esperta, Yuumi inflou o peito, orgulhosa. Aquele era um trabalho perfeito para ela e o seu melhor amigo!

— Tá certo! Eu e o Livro levamos pra ele!

— Eu conto com vocês. — Alune sorriu.

Ausente de materiais, Alune pegou uma adaga que jazia no baú oculto, trançou finas mechas do seu cabelo platinado e as cortou, após assegurar que não iriam se desfazer. Com a gatinha a observando, a Lunari trançou-as em torno da Pedra, envolvendo-a e fazendo-a como um pingente de um colar. Com cuidado a colocou em torno do pescoço da felina, que a olhou com seus grandes olhos azuis celestes.

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora