Sabor

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Aphelios estava quieto desde o ocorrido, e Sett não estava muito diferente, mesmo após a pausa da viagem para um bom almoço, e nem mesmo Yuumi ousava interromper aquele silêncio, que preferiu até sair de dentro da carruagem e acompanhar o condutor, que se mostrou uma companhia agradável. Dos dois de dentro do automóvel, apenas Sett conseguia escutar um pouco daquela conversa, e não estava surpreso com a gata escolhendo o tema de pesca. 

O assunto anterior ainda incomodava os pensamentos de Sett, mas pelo menos o clima não estava tenso entre os dois, visto que mesmo calados, ainda estavam de mãos dadas.

O sono devido a digestão chegava, e começou a se entregar, a fechar os olhos devagar, perdendo a concentração de escutar aquela conversa banal entre Yuumi e o condutor. Apenas apoiou melhor as costas e a cabeça no banco e respirou fundo, sentindo o cheiro do rapaz ao seu lado. Sorriu, absorvendo a informação olfativa. Não havia cheiro melhor. Isso até automaticamente suas narinas se mexerem por ter captado um odor diferente. Um pouco salgado, atrativo e erótico; definitivamente muito interessante. Seus olhos se abriram no mesmo instante, afiados e automáticos, em busca da fonte daquele cheiro sexual. E confirmou: Aphelios estava com uma ereção.

Sett salivou no mesmo instante, e buscou pelos olhos de Aphelios antes de pedir consentimento para desvendá-lo, mas a surpresa de vê-lo entretido ao olhar o seu corpo o tirou do eixo. Não esperava vê-lo mordendo os lábios molhados enquanto os orbes devoravam as curvas das musculaturas do seu braço. Sorriu ao notar como estava entretido, memorizando o terreno, e decidiu mexer os dedos, forçando-os para tonificar suas veias, para então fechar a mão, apertar o punho e forçar seus músculos, deixando a visão mais atrativa para o companheiro, que respirou fundo como resposta.

— Não se segure, Phel. — Sett disse em um tom provocativo e arrastado, fazendo Aphelios solavancar de leve, surpreso. Abaixou o rosto para que alcançasse a orelha dele e sussurrou rouco: — Toque no que quiser, você sabe que eu sou seu.

Aphelios ofegou com aquela afirmação, com aquele consentimento. Seu. Aquele pronome possessivo mexeu com o seu íntimo de uma maneira desconhecida, fazendo algo dentro de si borbulhar, enquanto a voz de Sett repetia em sua mente. Sentiu sua ereção pulsar e se mexer, visto tamanha excitação. Seu. Seu. Seu. Repetia em sua mente.

Queria ceder aos sentimentos explosivos e sentar no colo de Sett enquanto devorava aquela boca, mas ainda não tinha confiança o suficiente na sua execução sexual, visto que era inexperiente demais comparado ao ioniano. Mas a sua insegurança não foi grande o suficiente para evitar os seus impulsos, visto que sua mão reagiu sem sua percepção: apenas se tocou que ela havia se mexido quando sentiu a pele quente sob os seus dígitos.

Com curiosidade, Aphelios desvendava a pele de Sett com cautela. Os olhos acompanhavam o trajeto dos dedos, que travavam percursos longos e vagarosos, atentando-se a cada mínimo detalhe. A epiderme do meio-vastaya era grossa, a parte externa do braço era mais áspera que a interna, assim como mais bronzeada e mais peluda. Seu polegar dançou com suavidade em cima do capilar sanguíneo saltado que ligava o pulso ao antebraço, e seguia até a dobra do braço, enquanto sentia a musculatura em seus dedos. Não entendeu o porquê, mas mesmo se tratando de apenas um braço, sentir aquelas texturas era ainda mais delicioso do que apenas ver. E logo a outra mão já estava ali, para ajudá-lo a traçar os músculos dos bíceps do ruivo.

Ambas as mãos não eram o suficiente para circundar por completo os bíceps de Sett, e quando o fez, constatou faltar bons centímetros ainda. A sua respiração pesada fugia de sua percepção, mas entretia muito o seu parceiro que observava atentamente a forma em que seu corpo era desvendado.

Os dígitos sentiam os músculos fortes com as veias que emolduravam a estrutura máscula, e as cicatrizes de cortes espalhadas por toda a pele tonificavam a robustez que o corpo carregava. Foi obrigado a engolir, estava salivando e não sabia o porquê. O que gostaria de fazer com aquele braço? 

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora