Romeu e Julieta

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A lembrança repetia constantemente em sua mente, vívida, em cores e em sentimentos

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A lembrança repetia constantemente em sua mente, vívida, em cores e em sentimentos. Os sinais da declaração de Sett continuavam controlando as palpitações do seu coração, mesmo que tivessem se passado horas e horas, mesmo que a dor do ombro ferido começasse a consumir o seu peito. Sempre se esforçava para se lembrar do beijo do ruivo, do seu abraço, do seu calor e até dos seus toques mais carnais. Aphelios se agarrava a cada memória, desejando que tivesse-os de volta, nem que fosse pela última vez. Fechou os olhos, agonizando a dor que sentia, mas cultivando-a para que ocupasse a sua mente frustrada.

Aphelios havia sido levado para um esconderijo que Jhin usava, sendo que em todo o trajeto teve de estar de olhos vendados a fim de que o psicopata tivesse certeza que em caso de fuga, o Lunari não soubesse como voltar. O percurso para o targoniano não fora fácil, subir em um transporte desconhecido, não ver o caminho que era guiado, não ter certeza de que Yuumi ainda estava consigo dormindo sobre o Livro, não saber quanto tempo se passava, comer comidas desconhecidas e medicamentos também. Mas o pior era sentir a mão criminosa daquele homem tocá-lo nas costas para direcioná-lo. Aquele mísero toque lhe dava calafrios e repulsa. Aquelas mãos feriram Sett, e agora elas o tocavam com delicadeza, o irritando profundamente. Parte de si queria ser mais uma vítima de Jhin para pagar pelos seus pecados contra Sett, mas do que valeria seu sacrifício se não mudaria a dor que o Demônio Dourado o causou?

Seus pensamentos foram interrompidos por quatro batidas na porta, e assustado, se levantou rapidamente, provocando o ferimento em seu ombro. Jhin adentrou o quarto e assistiu Aphelios apertar o ferimento, expressando sua dor.

— Trouxe o necessário para você se higienizar para tratarmos de verdade seus ferimentos. — Jhin anunciou em vista dos curativos temporários para apenas evitar a perda de sangue e diminuir a dor, deixando então os itens pessoais e roupas em cima da cama.

Aphelios semicerrou os olhos, analisando cada movimento daquele homem, se enfurecendo a cada segundo por compartilharem o mesmo ambiente. E Jhin, por sua vez, assistia o rosto belo do Lunari contorcido em ódio, se divertindo. Saber que era dono daquele sentimento tão especial o entretia, o orgulhava.

Seus olhos negros dançaram pelo corpo ferido do Lunari, o vermelho sangue que havia emanado do braço coloria as roupas azuladas e a pele alva, como uma tela em branco absorvia a tinta escarlate como base de sua pintura. O brilho distorcido nos olhos de Jhin causaram um arrepio sinistro na espinha de Aphelios que captou os pensamentos macabros da psicopatia daquele homem.

— Você precisa se banhar. Está sujo, sangrando. É lindo, mas esse não é o seu momento. — Jhin disse usando aquele tom de supremacia, de prepotência.

Aphelios percebeu que Jhin não era apenas o protagonista do seu mundo distorcido, ele também era o roteirista e o diretor.

— Você quer que eu te banhe, é isso? — Jhin perguntou e sorriu travesso.

Aphelios fechou os olhos, se controlando para não tentar a sua sorte contra aquele homem sem escrúpulos.

— Por favor, me deixe só. — pediu educadamente, vencendo a si mesmo com seu autocontrole.

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora