Severum

167 20 14
                                    

AAs mãos gotejavam sangue, derramando o escarlate sobre o chão destruído, recoberto de pedras destroçadas e rachaduras que perfuravam o solo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

AAs mãos gotejavam sangue, derramando o escarlate sobre o chão destruído, recoberto de pedras destroçadas e rachaduras que perfuravam o solo. Mas aquilo sequer era o suficiente para atrasar a movimentação de Aphelios. Os movimentos consecutivos e afiados formavam um ciclo de navalhas cortantes que dilaceravam tudo à sua frente, até mesmo as árvores resistentes de séculos. Não se importava. Os músculos gritavam dor, sem alcançarem a consciência do guerreiro. Nada parecia ser o suficiente para dizimar os seus pensamentos.

As cascas, os troncos e as folhas fatiadas, as pedras cortadas e as raízes incisionadas não lhe satisfaziam. A ausência de sangue lhe deixava um vazio... Não gostava, muito menos se orgulhava dos assassinatos que já fora obrigado a cometer em prol da segurança dos Lunaris, todavia admitia: sentia falta de subjugar a existência de outro alguém sob sua precisão.

A imagem de Sett beijando aquela mulher repetia vividamente em sua memória como um loop, e sequer podia julgá-lo, afinal, fora sua própria decisão não terem nada. Mas ainda assim, o incômodo em seu peito doía com persistência. Sett havia beijado aquela mulher com tanta intensidade, com tanta volúpia... Onde estava aquele desejo quando o beijou? Por que não era ele ali, no meio daqueles braços fortes, enquanto perdia o fôlego e o equilíbrio por causa daquele fervor? Por que ela, e não ele mesmo?

As articulações falharam, fazendo a lâmina escorregar dos seus dedos e evaporar como um resquício de magia que se apagou ao tocar no chão. A constante repetição retardara sua coordenação e a dor queimava seus músculos. Apesar disso, apertou os dedos fechando a mão. Frustrava-se em não conseguir sobrepor à sua dor emocional.

Respirou fundo, afinal, precisava se controlar. De nada adiantava aquele showzinho, visto que não o acalmava.

Um barulho chamou sua atenção e, invocando uma de suas armas, apontou-a em direção.

— Hunf, alguém parece nervosinho. — uma voz convencida alcançou seus ouvidos.

Aphelios estreitou os olhos para a figura debochada à sua frente. Atrás de uma árvore distante surgiu uma mulher forte, com bíceps à mostra de sua armadura peculiar, visto que só protegia os seios. Trajava uma blusa vermelha por baixo, shorts pretos, botas com comprimentos desiguais e armas típicas que pareciam de Noxus. Uma espada, um revólver, tatuagens e um tapa olho misterioso.

— Eu até ia te dar uma surra, talvez arrancar alguns dentes. Mas, quer saber? Você é deprimente. — ela revirou os olhos, erguendo uma das mãos. — Me devolve a moeda.

Aphelios se lembrou instantaneamente da moeda de uma rosa que pegou outro dia, mas deu de ombros, voltando ao seu treinamento.

— O mudinho é surdo também? Deixa de drama e vê se cresce! Anda! Tá tirando meu tempo.

Aphelios franziu o cenho, levemente irritado, enfiou a mão no bolso e pegou a moeda. Olhou-a uma última vez e observou a morena. Parecia uma pirata, mas... aqueles traços, as tatuagens, aquela rosa da moeda... lembrava-no um pouco de Shurima. O Lunari enfim jogou a moeda para a mulher, mas antes que ela alcançasse, um projétil perfurou o metal. Não costumava ser pirracento, mas sinceramente, queria despejar sua frustração em alguém. A ação ousada que banalizou aquela mulher a fez passar sua expressão de descrença para ódio em milésimos.

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora