O seu escolhido da Lua

Proteção?

Quarto dia de cinco. Sett logo estaria em casa de volta junto a Aphelios, sua mãe e Yuumi. Sua mente já trabalhava para se organizar: primeiro de tudo, faria uma boa caminhada, porque a Deusa o livre, mas não aguentava mais estar sentado. Seria ótimo se fizesse alguma atividade física com Aphelios, seria bom para a mente e para o corpo, coisas que ele realmente precisava. Podiam fazer algum esporte, talvez. Não era muito do seu agrado, mas com certeza seria legal de se fazer com o seu amado. Mas antes disso, queria matar a saudade de Lisi, comer a comida dela. Depois tinha a Arena. Como havia decidido se aposentar do seu trono, precisava achar ainda alguém decente para ficar no seu lugar. Ou tanto faz, afinal, não era realmente a sua responsabilidade pôr alguém no seu lugar, visto que ele havia alcançado o status sozinho, através dos punhos. De qualquer forma, a oferta pela cabeça de Jhin ainda estava de pé, e qualquer um que o trouxesse era mais do que merecedor de ser o seu sucessor. Mas qualquer que fosse o caso, pensar nisso era cansativo e irritante.

Sett precisava admitir, largar a Arena não era lá algo que ele gostaria de fazer. Sempre gostou muito de briga, de vencer, e acabou que ser o Chefe era melhor do que não ser o Chefe, então… é, por mais que a parte burocrática fosse uma chatice, ainda era muito bom. De qualquer forma, havia transformado em regulamento que parte do lucro da Arena fosse destinado à Navori, então quem quer que fosse o seu sucessor, Ionia ainda sairia ganhando, só precisava acabar de oficializar essa parada com os governadores. Felizmente Rhoanna havia deixado tudo no jeito, só faltava algumas assinaturas.

Suspirou. Nunca haveria alguém tão boa de serviço como Rhoanna.

— Tá tudo bem? — a voz de Aphelios atraiu a atenção de Sett, que levantou o rosto para olhá-lo. Estava deitado apoiando a cabeça no colo do amado enquanto divagava sobre seus afazeres.

— Tá sim, bolinho. — Sett sorriu, voltando a receber o cafuné de Aphelios. — Minha cabeça não tá muito pesada pra você?.

Aphelios acenou negativo, com um pequeno sorriso.

— Bom. — sorriu também. — Eu só tava pensando no que preciso fazer mais pra deixar a Arena.

Aphelios levantou a sobrancelha:

— Como assim?

— Não te contei, né? — perguntou retórico. — Eu vou deixar meu legado. Já fiz coisa demais.

— O quê? Que pensamento de velho é esse? — Aphelios zombou, sorrindo. Sett acabou rindo, gostando do Lunari brincalhão.

— É que minha mãe acabou descobrindo quando você tava… fora. Acabei matando um cara na frente dela e… bem, ela não gostou muito.

Aphelios tinha as sobrancelhas levantadas.

— Nossa, ela deve ter ficado em choque.

— Com certeza. — Sett suspirou. — Mas ela aceitou a situação. É claro que ela me pediu pra sair, e sinceramente eu não tava com cabeça pra continuar. — disse um pouco mais baixo: — Acho que ainda não tô.

Aphelios ficou um tempinho em silêncio, mas Sett sentiu a atenção prolongada do amado em seu rosto, que trazia uma sensação amável. A mão delicada acariciava seus traços com cuidado, como se fosse algo precioso. O carinho de Aphelios era a coisa mais inusitada que já sentiu, afinal, ninguém havia tido o trabalho de ser cuidadoso ao tocar um cara com um e noventa.

Por fim, Aphelios disse baixo:

— Eu acho que nunca parei pra pensar em como esses acontecimentos impactaram você. — havia um pouco de pesar na voz. — Eu sinto muito que você tenha sido exposto a tudo isso. Principalmente pelas suas perdas.

— Ei, bolinho. — Sett sorriu de lado, um pouco sem graça. Levou a mão para tocar a franja do amado. — Nada do que aconteceu foi sua culpa, inclusive como eu me senti.