Despertar

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Aphelios não soube encarar Sett depois do ocorrido daquela manhã

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Aphelios não soube encarar Sett depois do ocorrido daquela manhã. Escondendo-se do mundo externo, adormeceu o resto do dia, e mesmo ouvindo ser chamado para o almoço, fingiu não escutar. Persistiu enquanto pôde, até Alune perceber que evitava algo e questioná-lo a respeito.

Tentando disfarçar, Aphelios saiu do quarto sorrateiramente até o banheiro para se banhar, e apenas a água quente sobre sua pele foi o suficiente para encobrir suas bochechas vermelhas ao se lembrar do toque dos lábios de Sett em sua pele. Escorregou a mão pelos cabelos limpos e a ponta dos dedos tocaram sua nuca. A água não lavava a sensação daquela carícia, e o calor da banheira parecia aumentar enquanto se lembrava de Sett.

Olhou fixamente a água, mas sua atenção estava nas lembranças daqueles lábios. Aphelios tocou os próprios inconscientemente, sentindo a maciez sob as pontas dos dedos.

Qual seria a sensação de um beijo?

Lembrou-se dos poucos relatos de Alune quando era cortejada pelos rapazes Lunaris. Ela não descreveu a sensação, mas seus olhos brilhavam com um sorriso bobo no rosto.

Era certo Aphelios desejar conhecer esse toque?

Fechou os olhos, pressionando os dedos no lábio inferior. Será que Sett iria gostar do toque dos seus lábios?

A voz de Sett ressoou em sua mente: "É um aviso, Aphelios. Você não é meu... mas vai ser."

Um calor nasceu em seu abdômen e desceu ao seu baixo ventre, e Aphelios ficou totalmente constrangido ao notar a sua reação corporal. O rosto ficou tão vermelho que o reflexo da água foi capaz de refletir sua cor.

A sua sorte era que em tempos de ápice de cada fase da Deusa, Alune tinha o ritual de orar por horas seguidas para espalhar a benção pelo clã Lunari, como dever da melhor sacerdotisa. Assim, a irmã deu-lhe a privacidade de um banho a sós.

Aphelios tentou respirar fundo, mas o seu corpo o chamava. Não conseguia ignorar fácil como pretendia e como sempre fez, e isso o deixava ainda mais constrangido, porque nunca deu atenção a situações como essa. Se encolheu, abraçando as pernas e escondendo o rosto nos joelhos. Apertou os olhos com força, repetindo um novo mantra mental: "ignora, ignora, ignora, ignora..." Aquela era a primeira vez que Aphelios conversava consigo mesmo.

Os minutos passaram, a água não aquecia mais seu corpo, fazendo sua pele arrepiar pelo frio, mas enfim sua ereção dava trégua. Respirou fundo. Não estava completamente desacordada, e parecia que não cederia mais do que isso. Suspirou, se levantando da banheira. Quando foi a última vez que havia se tocado? Não se lembrava, principalmente porque na sua adolescência não foi inclusa nenhum tipo de educação sexual, e nunca demonstrou nenhum tipo de interesse relativo a isso.

Aphelios cobriu sua cintura com a toalha após secar-se, e por um instante se olhou no espelho, observando seu corpo pálido e musculado marcado por tatuagens e cicatrizes. Era um corpo feito para unicamente proteger o seu clã. Mas por que naquele momento sentia que, por mais que conhecesse suas habilidades de luta, desconhecia sua total capacidade corporal?

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora