Invasão

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Lua Gibote Minguante é a fase prévia da Lua Cheia. Ela nasce meia noite e se põem ao meio dia.

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Os pés ágeis tocavam o chão com delicadeza, de modo que nem os animais da proximidade fossem capaz de acordar com os barulhos inaudíveis

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Os pés ágeis tocavam o chão com delicadeza, de modo que nem os animais da proximidade fossem capaz de acordar com os barulhos inaudíveis. Com a ajuda de Alune, Aphelios era capaz de sentir qual caminho deveria percorrer conforme a indicação da Lua, que o guiava com sua luz reluzente. A Deusa estava em sua fase Gibote Minguante, indicando que seu ápice estava a poucos dias de distância, deixando os Lunaris extasiados com a expectativa. Considerando que sua Deusa teria poder sobre si até o meio-dia devido a sua fase, os irmãos não tinham pressa ou dúvidas sobre as decisões que tomavam a respeito do caminho a ser seguido.

Ao se deparar com um portão alto e cheio de barras de proteção, Aphelios decidiu saltá-lo a fim de evitar demais barulhos. O impulso que tomou e sua flexibilidade corporal foram suficientes para que aterrissasse com leveza, sem barulhos estridentes ou sujeira que levantasse alguma suspeita.

Sorrateiro, se esgueirou pelas árvores do quintal, e seu silêncio foi cúmplice do sono do cão de guarda, que ressonava com tranquilidade. Aphelios se aproximou da casa, e ao notar uma janela trancada com um cadeado simples, invocou sua pistola-foice a fim de passá-la na estreita abertura e cortar o objeto em dois. Feito isso, forçou a janela, derrubando o cadeado no chão, e o leve tilintar do metal atraiu a audição do cão, que acordou surpreso e o encarou nos olhos.

Aphelios o olhou. O olhar sereno e o coração tranquilo conversou com a intuição do animal. A ausência de culpa do estrangeiro acomodou o canídeo que voltou a se acomodar no sono que desejava, e conformado, o Lunari retornou à invasão. Adentrou a casa assim que abriu a janela para sua passagem.

A tranquilidade de Aphelios não surpreendia a irmã, por mais que fosse a primeira vez que invadiam uma propriedade em Ionia. Sabia que o irmão era capaz de ser indiferente a muitas coisas, e era esperado que aquela fosse mais uma delas. Estavam então em uma casa relativamente simples, com poucas decorações, poucos cômodos e poucas cores. A única coisa que poderia surpreender os Lunaris era a tecnologia ali presente, mas nada que roubasse suas atenções visto que, por mais que em Targon não tivesse, sabiam da existência por vista.

"No barco também tinha aquilo."

"Rádio." o irmão lembrou.

"Podíamos apresentar à família. Poderiam escutar canções sem precisar de músicos."

Aphelios não respondeu. Um caderno chamou sua atenção. O abriu. Rabiscos, bagunças e desenhos mal feitos. Franziu o cenho, fechando-o novamente.

"O corredor... a segunda porta."

Aphelios seguiu as coordenadas, e iluminado pela magia lunar, seus olhos capturaram a figura adormecida no breu do quarto. Era o barman. Invocou novamente a arma, e em uma cautela emudecedora, encostou a lâmina da pistola-foice na jugular do homem.

O seu escolhido da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora