A Vida Conflitante De Uma Marshall

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Hayley Marshall

Isso que dá, fazer algo para ajudar pessoas mal agradecidas.

-- Estou completamente desapontado com os dois. Dando passeios noturnos pela escola? Vocês sabem muito bem que isso é contra as regras multidisciplinares! --- dizia o diretor em vestes de dormir. --- Ambos irão cumprir detenção nesse fim de semana, ou seja, nada de ir para casa!

Olhei para o meu colega, completamente indignada.

--- Mas....--- Tentei argumentar.

--- Nem "Mas" ou "Meio mas", Senhorita Marshall, regras são regras, e vocês descumpriram muitas delas com essa pequena aventura. Agora, vão para seus dormitórios antes que eu mude a detenção para os dois próximos fins de semana!

Levantei complemente alterada, acho que chutei três armários pelo caminho até o dormitório.

Me joguei na minha cama sentindo a cabeça arder de raiva, tudo isso a troco de nada. Muito bem Hayley, isso é pra você aprender, a sua irmã já é bem grandinha para saber oque é bom ou ruim pra vida dela, você não deve se meter.

A raiva parece ter ajudado ao meu sono chegar mais rápido.

(...)

-- Desculpa mamãe, sinto que despontei vocês!

--- Não se preocupe Querida, não estamos desapontados com você, E pode deixar que teremos uma conversa seria com a sua irmã! --- Disse minha mãe pelo telefone.

Olhei em volta naquele quarto, havia dois dias desde que havíamos levado a detenção, eu mal conversei com nenhum dos meus "amigos", e muito menos com a minha irmã.

Hoje mais cedo, senti que precisava conversar com a minha mãe, então liguei para ela. Expliquei tudo que estava sentindo, e como havia me desapontado com as decisões de Davinah, ela me compreendeu muito bem.

--- Está bem, Amo vocês!! --- Disse desligando o telefone em seguida.

As meninas tentaram conversar comigo, mas ao perceber que eu não ia dar o braço a torcer, desistiram.

Passei os últimos dias lanchando na arquibancada do ginásio, sozinha.

Estou sendo dramática? Talvez, mas eles merecem um pouco de desprezo, para sentir na pele.

--- Nós já vamos Hay, espero que você fique bem. Nos sentimos muito por vocês dois......--- Disse Rebekah, juntamente com Caroline, pegando uma pequena mochila.

--- Tchau Hay! --- Falou Caroline.

Fiz leve aceno com a cabeça e as duas entenderam, quando finalmente fiquei ali, sozinha, me dei conta de como esse final de semana vai ser tedioso.

(...)

O diretor fez questão de chamar a mim, e Elijah pessoalmente.

Os poucos estudantes que ali restavam, não polpavam esforços em fazer cochichos. Eu odeio tudo isso.

--- Vocês dois farão um trabalho de detenção, a nossa biblioteca acabou de receber uma grande remessa de livros, e nossa bibliotecária acabou de entrar de licença maternidade!

Maravilha, eu não poderia estar mais feliz.

Livros são algo que eu sou fascinada, se o castigo for passar o dia inteiro na biblioteca, e não confraternizando com ninguém, está uma maravilha pra mim.

--- Aqui estão as caixas, se precisarem de algo, estarei na minha sala. Podem começar!! --- e saiu.

Ok, tenho muitas caixas para esvaziar..

Coloquei meu fone de ouvidos e peguei uma das caixas, Elijah pareceu fazer o mesmo, dei as costas pra ele e comecei a arrumar os livros nas prateleiras.

A música estava alta, e se eu estivesse sozinha ali, já teria começado a dançar feito uma condenada, mas não, preciso me controlar.

Passou bastante tempo.

Metade das caixas já haviam sido esvaziadas, e a minha Playlist já havia repetido suas vezes seguidas.

--- Hayley....Hayley! -- Senti uma mão no meu ombro.

Acabei levando um susto e derrubando a caixa pesada de livros no meu pé.

--- Aí!! --- Gritei alto sentindo a dor se intensificar no meu pé, quando eu menos percebi já estava largada no chão.

--- Minha nossa, você está bem? --- Ele correu para me ajudar.

Olhei incrédula pra ele.

--- Você acha que eu estou bem?

-- Vou te levar pra enfermaria, consegue andar? --- Ele estendeu a minha mão, mas quando tentei levantar a dor piorou.

--- Não, está doendo demais!

Meus olhos estavam cheios de lágrimas.

--- Espere um segundo, passe esse braço pelo meu ombro...--- Assim eu fiz, ele passou um dos braços pelas minhas costas e o outro pelas minhas pernas, me erguendo no ar com muita facilidade. --- Acho que a enfermeira deve estar lá!

Ele me levou até a enfermaria, por sorte a moça estava realmente lá, ela ordenou que ele me colocasse na maca e assim Elijah fez.

--- Meu pé vai ficar bom? --- Reparando agora, havia inchado bastante.

--- Vai sim, por sorte você não machucou nenhum músculo importante. Coloque uma compressa de água morna hoje a noite, e amanhã você estará ótima!

Agradeci a ela.

Assim que a moça nos deixou sozinhos, coloquei a cabeça encostada na maca.

--- Desculpa, isso é tudo minha culpa! --- Disse Elijah passando a Mão nos cabelos.

--- Não não, está tudo bem, fui eu que derrubei a caixa!

Ele se aproximou.

--- Não estou falando disso,é por minha culpa que vocês está aqui, de detenção. Essa minha mania de proteção acaba me fazendo ficar cego, e eu acabei trazendo você pra isso, por favor, me perdoe?!

Balançei a cabeça.

--- Não tem oque perdoar, eu também sou irmã mais velha, sei oque você sente em relação aos seus irmãos, é algo muito bonito, não tem motivo de vergonha. Mas, essa detenção não precisa ser tão ruim, estamos apenas nós dois, podemos fazer algo legal juntos, talvez até viramos melhores amigos! --- Sorri.

--- Muito bem, Hayley Marshall, podemos pensar em algo amanhã, você ouviu oque a enfermeira falou, você precisa por uma compressa de água quente nesse pé,vem, eu vou te levar pro seu dormitório!

Ele me ergueu no ar novamente, e em passo largos, me levou ao meu quarto.

Confesso que até apreciei do momento, Elijah é um homem muito bonito, é quase impossível não se sentir atraída por ele.

--- Pronto, está entregue. Precisa de alguma coisa? Eu vou terminar de por os livros nas prateleiras, posso passar aqui depois, se você quiser?

-- Claro, se não for encomodo pra você! --- Ele abriu um mínimo sorriso, que fez ele ficar ainda mais lindo.

--- Não é encomodo nenhum, até mais tarde!

E foi embora, me deixando ali, um pouco atordoada com os meus pensamentos.

*****