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Amber Wilson

Sinto meu corpo balançar, abro os olhos com dificuldade e me praguejo por ter esquecido de fechar a cortina.
Georgia está parada na minha frente segurando uma bandeja com duas xícaras de café, panquecas e frutas cortadas. A encaro sem entender a situação e ela me empurra para se sentar ao meu lado.

—O que você está fazendo?— Aperto os olhos tentando evitar a luz do sol.

Gia coloca a bandeja em cima de mim e fecha parte da cortina deixando uma meia luz.

—Bom dia querida, quero saber de tudo!— Gia pega uma das xícaras de café e vira dando um gole.

Tenho vontade de socar ela e rir da sua ansiedade.

—Foi esclarecedor.— Comento, e viro um pouco do café dando um gole também. Preciso disso, pois não estou raciocinando bem.

—Que diabos é isso?— Georgia faz uma cara engraçada. —Esclarecedor? Eu quero detalhes!—Cruza as pernas.

—Gia, só não comenta nada com Elisha e La Mar quando eles voltarem. Eu não quero expectativas sobre nós agora, eu estou tentando levar as coisas numa boa porque sei que você e Abel são família, olha o tempo que vocês ficaram sem se falar. A Elisha e La Mar são amigos dele e eu via o quanto Elisha se desdobrava pra não comentar nada e pra evitar desconforto pra mim e pra ele. Eu quero tudo o mais pacífico possível independente de onde isso vai nos levar.— Começo explicando em como quero que as coisas sejam, eu não quero que isso afete as pessoas ao nosso redor.

—Mas isso não é você que controla Am, eu sei que você se preocupa com tudo mas não precisa! Eu entrei nessa pelo o que eu acredito, achei babaca a atitude dele e fiquei sem falar com ele sim, foi minha decisão!— Georgia começa a comer a panqueca tranquilamente.

—Eu só não quero que as coisas fiquem estranhas entre vocês por minha causa, mas voltando a ontem eu sinto que foi bom nos encontrar! Matamos a saudade e conversamos sobre os últimos acontecimentos da vida, parabenizei ele pelo super bowl e ele me convidou pra ir, de inicio agimos como se nada estivesse acontecido. Foi uma luta ficar perto dele e não poder abraçá-lo ou beija-lo, mas eu resisti ao máximo.— Ri por estar admitindo isso.

Georgia me ouve atenta enquanto come, ela está esperando os mínimos detalhes.

—Depois de jantarmos perguntei pra ele se em algum momento ele sentiu algo por mim e ele disse que sim, falei como me sentia antes de tudo, que ele dizia que não podia me dar o que eu precisava então não tinha porque manter aquilo. Ele me beijou e eu quase entrei em colapso eu juro que queria deixar as coisas irem com calma dessa vez, mas infelizmente deixei ele ultrapassar a linha que criei na minha cabeça. Se tratando dele eu não existe autocontrole. —Quando lembro de tudo sinto saudades de Abel e tenho vontade de ligar pra ele.

—Como você está agora, depois de tudo isso? Minha opinião é que você tem que deixar acontecer, para de planejar que linha você não pode ultrapassar. Desde que você conheceu Abel nada com vocês teve alguma linha de limite, vocês pisaram em todas as barreiras antes.— Apesar de não querer concordar com isso ela tem razão.

—Eu estou tranquila, quero deixar acontecer mas eu não consigo ignorar o que sinto e minha mente me sabota o tempo inteiro, fico pensando se eu sou suficiente ou se isso é real.— Respiro fundo e viro a xícara de café.

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