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Abel Tesfaye

Enquanto minha mãe foi preparar
a entrada para comermos fiquei na sala bebendo um vinho com Amber, ela parece
preocupada? Não sei dizer.

—Está tudo bem?— Perguntei, talvez seja tudo o que lhe aconteceu e até mesmo a mudança.

—Sim, está. Me preocupo demais, fico ansiosa as vezes e teve isso da mudança.— Ela respondeu, não olha muito nos meus olhos.

—Sei o que lhe aconteceu antes de vir.— Afirmei, assim ela poderia conversar sobre o que a incomoda.

—Ah, Georgia contou pra você?— Ela virou a taça de vinho. —Eu estou bem, vou superar isso como sempre superei tudo.— Engoliu a seco e desviou o olhar.

—Quanto tempo ficaram juntos?— Me sentei ao seu lado. Fico cada vez mais curioso ao perceber que Amber se parece um pouco comigo, ela e suas poucas palavras escondem muito e eu estou curioso para descobrir.

—Três anos, um desperdício de tempo.— Ela me encarou. —Por que quer saber?

—Curiosidade.— Respondi, seus olhos continuam a me encarar tentando entender.

—Olha Abel, não sei o que a Georgia lhe disse, mas não preciso de terapia.— Ela levantou e colocou sua taça na mesa de centro. —Onde fica o banheiro?—Perguntou.

—No corredor a esquerda.— Apontei, sua resistência mostra o quão chateada está. Eu entendo, acho que estou invadindo o seu espaço.

Me levantei e fui até a cozinha ver o que minha mãe preparava.

—Estou com fome.— Me aproximei.

—Quase finalizando querido, estou preparando essas torradas para comermos com queijo. Onde está Amber?— Minha mãe olhou ao redor.

—No banheiro.

—Volte para a sala, já estou indo.— Minha mãe me empurrou, não sei bem o que falar com Amber, visto que ela parece completamente desinteressada em conversar.

Voltei para a sala e lá está ela, explorando o lugar, caminha olhando as fotos espalhadas pela sala e eu posso ver a curiosidade brilhando em seus olhos.

Fiquei calado, coloquei mais vinho na taça e permaneci distante. Gosto de observa-la.

—Olha, me desculpe pela grosseria. Eu só não quero que ninguém se sinta mal por mim e meu momento difícil.— Ela se virou e disse se aproximando.

—Na verdade, não quero me sentir mal por você. Me sinto mal por quem fez isso com você. Isso parece um problemão pra ele! Todos passamos por momentos difíceis e não precisa enfrenta-los sozinha.— Pela primeira vez ela me olhou nos olhos, parecia surpresa com o que eu disse mas consigo ver o desafio no seu olhar como se ela dissesse o mesmo pra mim. Eu sei que ela não sabe o que eu passei mas sinto como se ela soubesse.

—Eu me sinto mal por mim.— Sua voz fica trêmula. —Eu não precisava passar por isso, deixei meus planos de lado para apoia-lo e perceber que eu era enganada até pela mãe dele que dizia me adorar enquanto mentia pra mim me deixou muito mal.—Ela respira fundo e segura suas lágrimas é como se ela estivesse acostumada a não se permitir chorar.

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