❦ 09.09.1720 ❦

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O passado de volta

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O passado de volta

09 de Setembro de 1720

Kiara encarava toda aquela paisagem com destreza, mas acima da destreza e do cuidado estava a maneira como ela admirou cada detalhe daquilo. De fato nunca imaginou que Jungkook iria chama-la para uma visita a sua casa de verão.  Vulgo a casa que ele viveu junto a Donatella até os seus últimos suspiros de vida. E de fato ela sabia que isso era algo muito importante pra ele.

Observou as costas do marido que caminhava a sua frente de cabeça baixa, encarando os pés e com uma tremenda vontade de chorar. A donzela sabia muito bem como ele estava se sentindo, porque tinha a mesma sensação na casa que vivia sua mãe e sua irmã,  onde um dia viveu seu pai também. E sabia que ele precisava de tempo. Era de sua sabedoria que o Conde a amava, ainda a amava, não para lhe trocar caso ela voltasse a viver, e sim por se lembrar de tudo. Por ter passado por tudo sozinho, sofrendo sozinho.

É algo muito admirável isso. Jungkook talvez fora o homem mais ignorante e amável que apareceu em sua vida. Um homem de personalidade forte, que marca presença onde chega, não só pelo seu título grande e conhecido, mas pelas roupas caras, pela face chamativa e pelo perfume aborrecidamente bom. Na verdade haviam muitos motivos pelo qual o fazia um homem repleto de magia por dentro e por fora.

Kiara sabia os motivos que a fez se apaixonar. A começar pelo respeito, nos dias atuais não existem homens que respeitem as mulheres, que desejam se casar por amor. Tudo que pensam é sobre o patrimônio e o sexo, principalmente o sexo. Não é atoa que preferem garotas que não sabem sobre o assunto e que também nunca o fizeram. E por isso a donzela nunca imaginou encontrar alguém para si, mesmo que sua vontade, lá no fundo, fosse grande.

Já o homem estava sendindo as pernas fracas, como se tivesse uma eteridade de tempo que veio naquele lugar. Quando se passaram apenas alguns meses. Sua vontade de chorar era inevitável,  ainda mais quando já estava chorando. Sem barulho, sem som, sem fungadas ou respiração ofegante. Ele chorava sentindo saudade de quando estava ali e do pouco tempo que teve bom naquela casa.

Porque aquela casa lhe tinha mais lembranças ruins do que boas. Naquela casa ele teve sua noite de núpcias,  ele já tinha feito mas claro que a sua mulher não mas quem se importava? Foi um momento único.  Naquela casa ele fez o primeiro café da manhã para ela, acordando no cantar do galo, naquele café da manhã ele já tinha esperanças de em nove meses nascer seu pequeno herdeiro ou sua pequena princesa. E semanas depois o que recebeu foi um bolo de sangue em suas mãos enquando Donatella se agonizava de dores.

Ele estava com medo. Com medo de entrar naquela casa e se sentir num filme de terror, com aqueles fantasmas gritando horrorozamente. Não gritos finos, os gritos de sua ex esposa morta. Estava com medo de entrar e escutar todos aqueles gritos de novo, gritos cujo Kiara os fez desaparecer de sua cabeça.  Suas mãos tremeram e suaram assim que encostou na maçaneta, tudo estava perfeitamente igual e limpo. Ele nunca deixou de contratar pessoas para limparem o lugar.

O CONDE DA NOITE FRIA • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora