❦ 13.04.1720 ❦

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O amor ideal

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O amor ideal

13 de Abril de 1720

Mais um baile, desta vez na casa do próprio Conde. Jungkook tentou entender o porque de sua mãe querer fazer aquilo, assim como forçou seus irmãos a dizer a ela que era uma péssima ideia. Fazia quase uma semana que não via a mulher que dominava sua mente e sentia seu corpo aclamar pela mesma, não conseguis nem mesmo se concentrar nos milhares de papéis que tinha para ler.

Só estava contente por uma coisa, porque sabia que aquela pessoa iria aparecer ali. Iria ter o cinismo de aparecer ali, porque ele assim como todos da alta sociedade foram convidados. O Conde mal podia esperar para se encontrar com o Marquês no quintal imenso de sua casa, finalmente iria conseguir pôr as mãos nele da maneira que imaginava. Que queria.

Tirando o fato de que estava atrasado, sentado na beirada da cama encarando a janela do seu quarto e ouvindo os murmúrios se misturar com a música tocada no violino. Não queria descer, mas queria vê-la, sabia que sua família não iria recusar um convite como este e consequentemente ela estaria ali. No salão de sua casa. No seu lar.

Encarou o relógio de bolso checando a hora, o baile tinha começado às seis, já são oito horas. Seu bafo era de whisky, uma garrafa já estava em seu estômago. Sentia-se mais nervoso do que o comum, se perguntou se isso era pela raiva que estava sentindo do Marquês, mas não o amava de maneira tão errônea que seu coração chegava a doer. Só havia uma pessoa capaz de fazer isso, e não era sua falecida esposa.

Encarar aquela lua cheia lhe fazia lembrar dela. Era como vê-la ali, não havia apelido perfeito para a donzela. Kiara era exatamente como a lua, solitária. Mas não solitária porque ninguém gosta dela, e sim porque ela tem um brilho único que não se mistura com o das estrelas, um brilho tão grande que é capaz de iluminar todo o céu na calada da noite. Completamente independente e empoderada. As estrelas se tornam meras figurantes ao seu lado.

Mal notou ele quando um sorriso parou sobre seu rosto. Jungkook sentia vontade de se bater, sabia que não tinha como negar para si mesmo aquele sentimento. Havia tantos anos que sentia a tristeza, que vivia de angústia. Tornou-se normal ir dormir chorando, acordar e não ter um porque de levantar e viver seu dia. Ele não tinha uma lua na sua vida.

Não mais. Até resolver voltar para a cidade onde tudo começou.

De alguma maneira o mesmo se sentia envergonhado ao lembrar de Donatella, no fundo sentia que estava traindo sua falecida esposa, porque aquela mulher estava morando em sua cabeça e não havia o que fazer, porque nada podia ou iria tira-la. Não havia um divórcio, para confirmar que estava solteiro e que poderia tentar novamente, até porque não tentaria de novo nem se quisesse.

Mas e quanto a seus herdeiros? Ele precisará se casar de novo. Será que também estará a traindo?

O fato é que todo o seu amor era dela, morreu com ela e parecia estar amenizando cada vez mais. A cada dia que se passa enquanto a Lady Salvatori aparece nos seus sonhos, na sua lucidez. A prometeu amor eterno, disse que a amaria para sempre e que nunca iria amar alguém igual. Contudo não adianta explicar isso para um coração que ama outra pessoa.

O CONDE DA NOITE FRIA • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora