Epílogo

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Marcelo Medeiros

Alguns meses depois...

Pela claridade que entrava pelas janelas do quarto, supus que o dia já havia começado. Nunca fui de passar da hora na cama, mas digamos que... Samantha e eu tivemos uma noite agitada; era sempre assim, o fogo que queimava entre nós nunca se apagava. Me espreguicei na cama e logo depois busquei seu corpo para beijá-la em resposta à nossa noite de amor, mas ela não estava ao meu lado. Abri os olhos frustrado, mas sorri, já sabendo onde a encontraria. Rapidamente fiz minhas higienes matinais e vesti uma roupa comum para um típico dia quente de domingo.

Saí do quarto e dirigi-me à varanda da casa, sabendo que a encontraria lá. Sentei-me nas poltronas sem ser notado e fiquei ali admirando a beleza da manhã ensolarada e do céu limpo, junto de Samantha tomando sol com nosso filho de seis meses, Joaquim, no jardim da casa. Ao redor deles, Clarice corria de um lado para o outro soprando bolhas de sabão junto de Rabicho um cão maltês que adotamos, sorrindo como se fosse a criança mais feliz do mundo. Sentia-me grato por ter tudo aquilo, uma família, a minha família.

Se alguém me perguntasse se eu havia planejado tudo aquilo, certamente diria que não. Também não estava em meus planos me apaixonar por aquela menina, nem que ela fosse a mãe dos meus filhos. Nada havia sido planejado, mas estava dando mais certo do que se fosse. E se eu tivesse a opção de voltar atrás e fazer diferente, certamente não o faria. Não renunciaria a nada do que fiz para protegê-la e tê-la ao meu lado, não abriria mão dos carinhos que trocamos e dos nossos momentos juntos.

Gostava de chegar em casa e ter uma família me esperando. Gostava do amor dedicado de Samantha, gostava da forma como ela me olhava cheia de paixão e gostava de saber que, mesmo de uma forma desajeitada, tivemos um filho que carregava meu sangue, o maior símbolo da loucura mais sábia que eu poderia ter cometido; uma loucura que me fez enxergar a vida de outra forma, entender que o amor não foi feito para ferir, e sim para curar. E foi Samantha quem me mostrou isso, que a vida sem amor não pode ser completa.

Abri um sorriso completo quando o bebê rechonchudo abriu um sorriso desdentado e chacoalhou os bracinhos na minha direção, denunciando à mãe que eu estava ali. Samantha olhou para trás e me avistou, percebendo que eu os observava como um bobo apaixonado.

Ajustando o bebê nos braços com todo o cuidado e delicadeza, Samantha levantou-se do pequeno lençol onde estava sentada. Ela alisou seu vestido longo azul, adornado com delicadas estampas de flores, que envolvia seu corpo delicado. Cada movimento dela parecia uma dança suave e graciosa, despertando em mim um sentimento profundo de admiração.

Com passos serenos, Samantha se aproximou de mim, segurando a mãozinha de Clarice, que irradiava alegria em cada pulo que dava. Um lindo sorriso receptivo adornou os lábios de Samantha, o mesmo sorriso que me encantava a cada dia e que jamais me cansava de admirar. Em seus olhos brilhava uma ternura que me envolvia por completo, fazendo-me sentir amado e abençoado por tê-la ao meu lado e formar essa bela família que construímos juntos.

Devolvi o sorriso enquanto caminhava em sua direção, e quando nos aproximamos, segurei delicadamente as bases do seu rosto e a beijei com suavidade, transmitindo todo o amor que sentia por ela.

– Bom dia!

– Estava me vigiando, eh?! – perguntou, com um brilho travesso nos olhos após receber o beijo.

– Talvez um pouco... – respondi, com um sorriso travesso no rosto. – Eu não conseguia resistir em admirar você e nossos pequenos tesouros.

Ela sorriu docemente, suas covinhas se aprofundando, enquanto seus olhos brilhantes transbordavam felicidade.

– Por que não me acordou? – perguntei, acariciando suavemente seu rosto com gestos carinhosos.

– Você estava dormindo tão profundamente, não quisemos interromper seu descanso – respondeu ela, olhando ternamente para nossa filha. – Não é verdade, Clarice?

A menininha esticou os bracinhos em minha direção, implorando para ser pega no colo.

– Sim, mamãe!

Ao ouvir sua vozinha doce, os olhos de Samantha se voltaram para mim, inundados de emoção e lágrimas prateadas que revelavam a magnitude do amor que compartilhávamos.

– Ma-ma-mãe? – Samantha tentou conter a emoção, mas seus olhos transbordavam afeto e ternura.

Com suavidade, enxuguei delicadamente suas lágrimas, mantendo um sorriso amoroso nos lábios.

– Sim, meu amor. Você é uma mãe incrível, e ver você nesse papel é a coisa mais maravilhosa do mundo. Estamos construindo uma família linda juntos, e sou grato todos os dias por ter você ao meu lado.

Desde que nos casamos, aquela havia sido a primeira vez que Clarice chamou Samantha de mãe. Nunca me opus, pois sabia que no momento certo isso aconteceria. Era importante para Samantha saber que ocupava um lugar especial no coração da minha filha.

– Mamãe do Joaquim e minha mamãe também! – Clarice confirmou com a cabeça, sorrindo timidamente. — Posso, papai?

– Mas é claro que pode, minha vida – respondi, emocionado.

Um brilho de lágrima escapou dos olhos de Samantha, mas ela rapidamente as enxugou.

– Que lindo, meu anjinho... – Samantha entregou-me o pequeno Joaquim e inclinou-se para beijar o rosto da menina. – Eu prometo, meu amor, que serei a melhor mãe do mundo, e estarei sempre ao seu lado.

Sorrimos todos juntos, sentindo que aquele momento era tão belo que jamais seria esquecido, permanecendo gravado em nossas memórias. De repente, ouvimos a voz de Adelaide vindo da cozinha.

– Meninos, o café da manhã está na mesa!

Ah, a vida que me deixava maravilhado. Agora eu tinha uma linda família, filhos saudáveis, uma esposa maravilhosa e Adelaide, que era como uma mãe para mim. Ela esteve ao nosso lado durante todas as crises e também nos presenteava com suas deliciosas comidas.

Quem diria que tentar proteger uma menina indefesa um dia me tornaria o homem mais feliz do mundo!

Fim!

Queridos leitores,

Chegamos ao fim de mais uma jornada intensa e apaixonante. Cada página foi escrita com o coração e com a esperança de despertar em vocês emoções profundas e inesquecíveis. Agradeço imensamente por cada momento que passaram imersos nesta história, por cada suspiro, sorriso e lágrima compartilhados.

Vocês são a razão pela qual continuo a criar mundos repletos de desejo e paixão. É por vocês que escrevo, e cada um de vocês tem um lugar especial no meu coração.

Espero que este livro tenha aquecido seus corações e incendiado suas imaginações. Até a próxima aventura, onde nos encontraremos novamente entre palavras e fantasias.

Com todo meu carinho e gratidão,

Helister

Helister

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