Capítulo 18

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Marcelo Medeiros 

Eu não conseguia parar de pensar em Samantha, na nossa conversa e na forma tão desajeitada dela de lidar com seus problemas emocionais. Os traços delicados dos seus olhos e o contorno dos seus lábios não saíam da minha mente, mesmo quando eu fechava os olhos. Além disso, o cheiro delicioso da sua pele e o jeito meigo como ela se portava me deixava intrigado. Ela me lembrava tanto da sua mãe... da doce Leonor, por quem um dia fui perdidamente apaixonado.

Sentado no sofá da sala, eu observava Samantha brincar no jardim com Clarice. Elas inventaram uma brincadeira envolvendo bonecas, fitas e glitter, depois de terem feito um piquenique ao ar livre.

A cada dia que passava, eu percebia o quanto aquelas duas estavam se aproximando e se entendendo. Por mais que eu tentasse evitar que minha filha se apegasse a Samantha, elas pareciam cada vez mais inseparáveis e aquilo torna-se quase impossível de evitar.

Era fim de tarde e o tempo começava a fechar. Castelos de nuvens negras cobriam o céu, trazendo consigo um vento forte e úmido. Havia indícios claros de que uma nova tempestade de verão estava prestes a começar. Levantei-me do sofá e dirigi-me às portas da sala que levavam ao jardim, onde elas estavam sentadas em cima de um lençol quadriculado. Havia uma cesta de palha com guloseimas, preparada por Adelaide depois de insistir que já estava se sentindo bem o suficiente para voltar a trabalhar, e alguns brinquedos espalhados pelo gramado.

– Meninas, eu sei que a brincadeira está boa, mas... Acho que vai chover forte.

– É verdade, Clarice. O tempo está mudando. É melhor entrarmos, tomarmos um banho quente e depois assistirmos TV. O que você acha? – sugeriu Samantha.

– Pode ser a noviça rebelde? – Perguntou Clarice com os olhos brilhantes.

Minha filha adorava aquele filme.

– Mas é claro que pode bonequinha – respondeu Samantha gentilmente.

– Você vai comigo, axisti TV? – Clarice voltou a perguntar puxando as bordas da camisa de Samantha.

Sorrimos juntos com o linguajar mal articulado da minha filha.

– Mas é claro que sim, bonequinha – respondeu Samantha, sorridente, enquanto acariciava o rostinho de bochechas coradas da minha filha.

Devolvendo o sorriso simpático de Samantha, e sem retrucar, minha filha se levantou do chão, puxando as mãos de Samantha dando pequenos pulinhos.

– Então, Samantha, vamo logo...

– Tudo bem... Olha, vou catar as coisas que espalhamos e você entra para tomar um banho, combinado?

– Sim...! – com um pulo animado minha filha veio correndo em minha direção e pulou no meu colo.

– Papai dá banho logo, quero ver TV com Samantha.

Sorri ao observar Samantha se levantar do chão e ajoelhar-se sobre o lençol para recolher os brinquedos espalhados. Seus movimentos eram graciosos, e seus longos cabelos caíam suavemente sobre suas costas. Fiquei por alguns momentos apreciando sua dedicação, quando, de repente...

– Vai ficar aí só olhando? – Ouvi a voz de Adelaide atrás de mim, num tom bem-humorado.

– Hã? – Voltei à realidade, sentindo-me um pouco constrangido. – Eu... eu tenho que dar banho na...

Adelaide estendeu os braços em direção a Clarice, pegou-a do meu colo e colocou-a no chão.

– Deixa que eu cuido da menina. Por que você não vai ajudar a Samantha a arrumar a bagunça que sua filha fez, hum? Nada mais justo.

Ela piscou para mim com um olhar sugestivo e sorriu, caminhando em direção às escadas, levando Clarice consigo. Observei que nos últimos dias, sempre que podia, Adelaide dava um jeito de criar uma situação para que eu e Samantha ficássemos sozinhos.

Cocei a cabeça sem jeito, tentando pensar em uma forma de me aproximar e oferecer ajuda. Resolvi tomar uma iniciativa.

Me aproximei de Samantha.

– Quer ajuda com isso? – perguntei a Samantha, enquanto ela sorria para mim, suas covinhas aprofundando-se e seus olhos quase se fechando. Era um sorriso encantador.

– Não, está tudo bem, eu dou conta – respondeu ela com confiança.

Senti a primeira gota de chuva tocar minha pele. Olhei para o céu e vi que ele já estava encoberto por nuvens negras.

– Eu ajudo... – me ajoelhei ao lado dela e comecei a recolher os brinquedos espalhados. – Já está chovendo, na verdade.

Ela me lançou um olhar profundo, repleto de interrogações.

– É só chuva, Marcelo. Apenas chuva... – disse ela com serenidade.

Franzi a testa, sentindo-me tocado por suas palavras, que me fizeram lembrar de Leonor que também adorava dias chuvosos, na fazenda onde crescemos juntos. Ela dizia que encontrava conforto em meio ao caos do mundo quando o céu estava escuro pronto para desaguar.

– Então, quer dizer que você gosta de ficar molhada... – ela me olhou com estranheza. Talvez a frase tenha soado mal. – De chuva... Banho de chuva. – expliquei melhor meio embaraçado.

– Sim – ela abriu as mãos com a palma virada para cima, e deixou com que as pequenas gotas caíssem nelas enquanto ela observava com atenção sua palma ficar molhada. – Não acha incrível? Água caindo do céu...

Olhei para o alto sentindo as gotas começarem a ficar mais densas.

– Acho.

Voltamos a catar os brinquedos em silêncio.

E, quando olhei para Samantha seus cabelos já estavam começando a ficar molhados, colando em seus ombros, e umedecendo sua camisa branca que a medida em que ficava molhada, colava no seu corpo, revelando mais do que eu queria ver; seios pequenos; mamilos duros... Tentadoramente excitantes.

Droga ela estava sem sutiã.

Virei o rosto para o lado oposto e catei o restante dos brinquedos o mais depressa que pude. Quando joguei tudo dentro da cestinha, me levantei do chão e entrei às pressas para dentro da casa. Samantha veio logo atrás falando alguma coisa, possuindo uma inocência tentadora, sem notar que seus seios estavam à mostra.

Deixei a cesta em cima da mesa da sala e subi os degraus em direção ao meu quarto sem olhar para trás ou dar atenção a que a que ela falava, e quando me vi sozinho, notei que meu membro dava sinais de que aquela pequena exibição foi o suficiente para me deixar louco, eu estava excitado, completamente duro.


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O preço da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora