Capítulo 24

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Marcelo Medeiros

Já era tarde da noite quando finalmente decidi tomar coragem e sair do escritório. Como eu ordenei, Anderson reforçou a segurança da casa, com mais homens armados fazendo rondas na propriedade e inspecionando o portão principal.

Passei o máximo de tempo que pude dentro do escritório para evitar ter que dar explicações para Adelaide, que certamente estaria curiosa para saber o que estava acontecendo. Além disso, teria que encarar Samantha, depois de tudo o que aconteceu. Principalmente porque eu sabia que, se eu quisesse vê-la em segurança, precisaria ser inteligente, e contar sobre o que o pai dela havia feito não seria uma boa ideia, pelo menos até resolvermos nossa situação.

Após sair do escritório, fui para o meu quarto e tomei um longo e frio banho. Vesti meu pijama composto por calça e camisa e me sentei na beira da cama, pensando em procurar por Samantha, que havia se isolado em algum lugar da casa desde a hora do almoço.

E quando menos esperei, a porta do quarto começou a se abrir lentamente, revelando a imagem da inocência que eu tanto queria proteger. A garota que sentia que precisava cuidar, não apenas por causa do amor que um dia senti por sua mãe, mas por quem ela se mostrava ser a cada dia.

Era Samantha.

Vestindo um robe de seda vermelho, que realçava perfeitamente suas curvas, enquanto seu cabelo permanecia preso no alto da cabeça, com algumas mechas soltas. Deliciosamente relaxada.

Amaldiçoei a mim mesmo por sentir meu corpo se inflamar novamente ao vê-la usando aquela roupa. O que estava acontecendo comigo?

– Oi – ouvi sua voz suave, e em seguida o som da porta do quarto sendo fechada. Samantha caminhou lentamente em minha direção, sem desviar os olhos de mim. – Você não quis jantar, e como não saiu do escritório o dia todo, não tive a oportunidade de perguntar por que... – Ela parecia sem jeito. – Por que sua casa está cheia de homens armados?

Eu sabia que ela me questionaria sobre aquele assunto.

Estendi a mão e ela a segurou. Fiz com que se sentasse ao meu lado na cama.

– Não se preocupe, é apenas para garantir o bem-estar de vocês.

Ela me olhou pensativa.

– Mas será que era necessários tantos homens?

– Não questione, Samantha. É para o seu bem, o de Adelaide e o de minha filha.

Ela liberou um suspiro frustrado.

– Você nunca me diz algo concreto, sempre age como se não confiasse em mim – ela respondeu, meio emburrada.

Toquei levemente seu rosto e, em seguida, passei os dedos pelos cabelos, desfazendo o penteado malfeito, permitindo que seus cabelos caíssem sobre as costas.

– Gosto de ver seus cabelos soltos.

Ela riu.

– Não mude de assunto, Marcelo.

– Não estou mudando... Só... Gosto de saber que você se interessa pelas minhas decisões.

– Eu confio em você, mas não sei se você também confia em mim. Você sempre é tão fechado e cheio de mistérios.

– Já contei meus segredos para você...

– Mentira! – ela retrucou. – Você só quis me convencer de que o amor não existe.

Sorri, avaliando seu lindo rosto.

– Um dia você vai entender, que o amor não é tão simples – sussurrei, aproximando-me de seus ouvidos enquanto brincava com seu cabelo.

O preço da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora