Capítulo 11

1K 121 5
                                    

Samantha Cordeiro

Na manhã seguinte, acordei cedo, sentindo-me um pouco mais disposta do que no dia anterior. Tomei um banho relaxante na banheira da suíte, escovei os dentes e penteei os cabelos, deixando-os soltos sobre os ombros. Ao escolher meu look do dia, optei por um short jeans e um casaco largo, nada muito sofisticado, afinal, não tinha planos de sair.

Depois de me arrumar, peguei meu livro favorito – um romance erótico clichê –, e saí do quarto tranquilamente. Devido ao horário matinal, os corredores estavam em silêncio, as portas dos quartos fechadas. Presumi que Marcelo e sua filha ainda estivessem dormindo. Apenas ouvia alguns ruídos vindos do primeiro andar, provavelmente Adelaide na cozinha preparando o café da manhã.

Como ainda não conhecia toda a casa, decidi seguir minha curiosidade e instinto exploratório. Caminhei pelo segundo andar, até encontrar uma ampla varanda que parecia ser um ótimo lugar para ler meu livro e desfrutar da tranquilidade e do silêncio.

A varanda era espaçosa, com paredes amarelas, um piso de mosaico detalhado e decorações com toque rústico. Havia um balcão amplo, que imaginei ser utilizado para churrascos, uma mesa de madeira com quatro cadeiras estofadas, sofás rústicos de madeira repletos de almofadas e uma vista deslumbrante para um bosque.

Para completar o cenário perfeito, uma chuva fraca caía, acompanhada de uma brisa fresca e úmida. Tudo parecia harmonioso.

Respirando o ar frio e úmido da manhã, acomodei-me em um dos sofás, coloquei uma almofada no colo, abri meu livro e mergulhei na história, perdendo-me nas chamas ardentes do casal protagonista. A chuva suave e o ambiente tranquilo proporcionavam uma experiência envolvente, tornando aquele momento uma pausa agradável no meu dia.

Enquanto eu lia aquelas narrativas ousadas, minha mente começava a se encher de curiosidade sobre minha primeira vez e com quem seria. Era apenas uma fantasia ingênua de uma jovem virgem. Sonhava em experimentar sentimentos tão intensos quanto os descritos nos livros.

Aos poucos, comecei a projetar em minha mente uma noite de amor romântica com alguém que conquistasse e arrebatasse meu coração. De repente, o vento trouxe até mim um aroma masculino, uma mistura de notas amadeiradas e doces, uma fragrância irresistível que acentuava minhas imaginações.

Fechei os olhos, entregando-me às sensações evocadas por aquele perfume, imaginando quem poderia ser o dono daquela maravilhosa fragrância. Ao abrir os olhos, voltando à realidade, vi Marcelo adentrar pela porta e caminhar em minha direção.

Era ele quem exalava aquele cheiro cativante.

Ele estava elegantemente vestido com um terno azul marinho, acompanhado por uma gravata vermelha e sapatos sociais impecáveis. Um relógio luxuoso adornava seu pulso.

Fechei rapidamente o livro, enquanto observava suas longas pernas torneadas, aprisionadas em calças sociais justas, e seus profundos olhos azuis não se desviavam de mim.

Embora Marcelo aparentasse ter entre trinta e quatro a trinta e cinco anos, era um homem de aparência cativante. Tinha charme em seus passos, doçura em suas palavras, e seu rosto era sempre bem cuidado, com uma barba que começava a mostrar fios grisalhos, conferindo-lhe uma aparência madura e confiante.

– Bom dia! – ele cumprimentou ao se sentar ao meu lado, seus olhos desviando para a capa do meu livro com o que parecia ser um sorriso divertido. – O sabor explícito do meu chefe?

Senti minhas bochechas queimarem, sem saber como responder.

– É... u-um... romance – gaguejei, parecendo uma tola atrapalhada.

O preço da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora