Capítulo 11 - (A melhor decisão)

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— Então..? —

— Então oque? —

— Oque você quer? Alby ou Minho te mandou aqui? —

— Na verdade, eu estou aqui por livre e espontânea vontade — Gally respondeu, suspirando deixando os ombros caírem.

— É por isso que eu estava sentindo alguns pingos de chuva, e o céu tá meio escuro demais — ironizei.

— É sério tá bem? Será que a gente pode ter pelo menos um diálogo pacífico nas nossas vidas? — o mais alto perguntou calmo, estava com uma postura retraída na defensiva como se não soubesse se ter vindo aqui era uma boa ideia.

— Olha Gally, eu sei que você quer conversar e tal essa coisa toda, mas, eu não sei se eu sou a pessoa certa pra trocar essas ideias — murmurei deixando minha armadura de durona de lado. Nesse momento eu usava a empatia que ainda havia restado no coração pra tentar não desencadear nenhuma discussão, afinal esse clima todo entre nós também não me deixava muito feliz embora não admitiria em voz alta.

— Eu vim em paz, Eleanor — ele deu dois passos a frente e fez sinal de rendição com as mãos, seus olhos âmbar ameaçando marejarem me fitavam com intensidade — Eu apenas quero estabelecer paz, se é que você me entende —

— Eu ainda não sei se é o momento certo pra ter essa conversa — toquei levemente em seu peito o afastando um pouco pois em algum momento havia ficado bem perto.

— Por favor, eu estou oferecendo a você uma chance de sermos amigos e conseguir deixar as diferenças pra trás — ele continuou no lugar mas erguendo uma mão em tentativa de me convencer.

— Tem tantas coisas acontecendo e a gente está aqui tentando olhar na cara um do outro por puro orgulho de antigas situações — as palavras saíram sem muito gosto, dei as costas a Gally e me encostei na madeira da casa na árvore, olhando a grama em baixo fechei os olhos e meu estômago revirou ao sentir Gally respirar fundo atrás de mim.

— Eu sei, mas senão hoje, quando? —

— Eu não sei! — mordi o lábio inferior — Creio que não agora — exclamei me virando bruscamente e assim nos encaramos por um breve tempo sem saber mais oque dizer ou como terminar a conversa.

— Tudo bem, Eleanor. Só saiba que as vezes, o depois pode ser tarde dem.. —

— Gally! — uma voz de lá de baixo berrava o nome do loiro, ele limpou a garganta e eu dei pulos de felicidade mentalmente.

— Oque houve Chuck? — Gally perguntou curioso enquanto descia da casinha na árvore.

— Alby precisa de você lá em baixo para começar a brincadeira! —

— Certo, já estou indo —

— Demorou bastante hein! Tava com outro tipo de diversão lá em cima? — Chuck brincou com tom sínico pra puxar saco de Gally.

— Seu trolho, feche essa boca! —

Ao se encontrarem lá em baixo Gally deu uns puxões na orelha do mais novo e assim os dois se deslocaram até perto dos meninos que faziam uma roda ali em baixo então  decidi descer e dormir um pouco, seria melhor.

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Já era de manhã, como sempre novamente eu acordei sozinha na minha cabana. Eu já havia me acostumado com esse retraimento a noite.

Levantei sem nenhuma motivação e fui tomar um banho, hoje eu molhei o cabelo e passei um bom tempo sentada ali na banheira de pedra, tirando todas as más energias do fundo da minha alma, parecia que eu tinha uma conexão com a água.

the almost only girl┃𝐌𝐚𝐳𝐞 𝐑𝐮𝐧𝐧𝐞𝐫 Onde histórias criam vida. Descubra agora