20 - angustiante

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- Pé na areia, água de coco... - Arrascaeta disse, os dedos das mãos batendo levemente no volante.

Isis riu, jogando os cabelos pretos para trás.

- O que? - ele perguntou, franzindo a testa.

- Você parece mais brasileiro do que uruguaio.

Ele bufou, os olhos vidrados na estrada.

- Quando comecei a jogar no Brasil, não conhecia nada. Só fui conhecer todas as maravilhas depois que vim para o Flamengo e conheci Gabriel.

Ela riu novamente, deixando de lado o fato de que o estrangeiro não tinha conhecido nada no cruzeiro.

- Tem muita coisa boa aqui. - fez uma pausa e como não teve resposta, continuou. - Mas tem as ruins também.

Ela o sentia ficar um pouco tenso.

- Eu sei. - ele riu, sem humor. - Esse foi um dos motivos pelo qual sai do cruzeiro...

Isis mordeu os lábios, balançando a cabeça.

- Não precisa falar. - ela disse, firme. - Me fale só quando se sentir confortável e quiser falar. Certo?

Ele concordou com a cabeça e a conversa angustiante parou.

Ambos engataram uma conversa leve enquanto iam até a praia.

Camisa 14 - G. De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora