59 - jantar

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Quando chegaram perto da porta, Arrascaeta sentiu a necessidade de pegar a mão de Isis.

Talvez por não se sentir seguro perto das colegas de equipe dela ou por, literalmente, querer que isso acontecesse sempre.

E esse pensamento o fez lembrar da pequena caixa de veludo preta que estava em seu carro, com os dois anéis prateados que ele havia comprado.

Sim, esse era um dos motivos pelo qual ele insistiu em fazê-la dirigir seu carro.

E por conta de sua perna, que ainda estava dolorida.

Para falavam a verdade, quem vê de fora provavelmente acha que ele quebrou a perna.

- Você está bem? - a voz dela interrompeu seus pensamentos, o trazendo de volta para a realidade.

- Sim. Desculpa, estava pensando no meu andar de velho. - riu, apertando a mão dela.

Isis revirou os olhos.

- Eu disse para você trazer as muletas.

Agora foi a vez dele de revirar os olhos.

- Não me venha com a famosa frase do "eu te avisei", ok?

Ela riu, abrindo a porta do restaurante.

Um sorriso estampava seu rosto e os cabelos negros combinavam com seus olhos, pois brilhavam, como se ela estivesse observando a lua.

- Até que enfim! - a voz da capitã, que ele conheceu naquele jogo de vôlei, soou pelo restaurante, silenciado os murmúrios dos presentes ali.

Isis riu.

- Não demoramos tanto, Amanda. - ela abraçou a capitã. - Tagor, é sempre um prazer te encontrar.

O marido de Amanda fez um gesto de agradecimento.

- O prazer é todo meu.

Ela foi cumprimentando todos ali. Um por um.

Fabíola e Alexandre. Juma e André. Lorenne e Vitor. Sabrina e Giovanni. Ana Cristina, Gabi e Milka, as solteiras. Ariele e Igor. Juciely e Bruno. Valquíria e Rafael. Natinha e Thiago. Drussyla e Rodrigo. Lívia, recém divorciada do marido. E por último, o medo irrefutável de Arrascaeta, Bernardinho e Fernanda Venturini.

- Até que enfim, Isis. O famoso Giorgian de Arrascaeta. - o técnico disse, abraçando Isis e medindo seu olhar sobre o futebolista.

- Eu não sabia que era tão comentando assim por aqui. - ele riu, nervoso.

O carioca riu, percebendo seu nervosismo.

- Não se preocupe, geralmente são coisas boas. - disse. - Quem mais te xinga é Isis, principalmente nos jogos.

A morena bufou.

- Fui dedurada. - disse, sentando-se na mesa, Amanda em seu lado esquerdo e a cadeira vazia em seu lado direito era, obviamente, para Arrascaeta.

- Eu adivinhei que ela fosse fazer isso. - ela disse, o sotaque forte enquanto falava.

Lorenne se engasgou com a própria água.

- E quem diria que Isis LeBlanc iria arranjar um Uruguai, né? Chocante.

A levantadora bufou pela segunda vez.

- Ele é tudo que eu preciso exagerar em um homem. - mostrou a língua para a oposta.

E até determinada parte da noite foi muitos risos e piadas.

Arrascaeta logo pegou intimidade com quase todos ali e ele realmente só foi ele mesmo.

Isis deveria virar uma coach se continuasse assim.

O meia só parou com as risadas quando escutou o celular apitando.

- Eu disse que ele iria ter um chilique. - ele disse alto demais, mesmo sem perceber.

Isis o olhou de lado.

- O que?

- Jorge Jesus nunca dorme sem dar um esporro em algum jogador. E adivinhe o premiado.

Amanda o olhou.

- Acho que já sei quem é. Gabriel?

O uruguaio bufou.

- O próprio. O jogo contra o Avaí era hoje, lembra? - o jogador explicou. - Aposto que ele fez alguma merda.

Camisa 14 - G. De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora