Fabiana.
-Eduarda, eu não quero sair cara-revirei os olhos
-Tu está só trabalhando, tem que sair de casa um pouco-Eduarda falou
-Não posso, Larissa está comigo-falei. Perdi completamente a confiança de deixar Larissa sozinha em casa.
-Larissa e Natália são tudo pra tu, eu sei! Mas Juliana tem elas como filhas, elas chamam ela de mãe. Tu sabe que devia deixar Larissa com Juliana, é o certo.-me encarou
Respirei fundo e como se ela tivesse escutado, meu celular tocou. Era tia Juliana pedindo pra Larissa dormir lá, porque queria ir no cinema com elas.
Chamei Larissa e ela ficou toda feliz. Eduarda foi buscar algumas roupas e eu entrei no banheiro.
Tirei a roupa e liguei o chuveiro. Quando a água caiu no meu corpo, eu chorei.
Não tinha um motivo gritante, sabe ? Eu estava me sentindo exausta, fisicamente e mentalmente.
Sem ter tempo para nada, sem ter calma no meu coração. Sentindo que eu falhei com Natália, que falhei com Larissa.
Sentindo que eu falhei com minha tia, sendo imatura e afastando as meninas dela. Mas ao mesmo tempo eu me entendia, só eu sei oque eu senti quando vi aquele homem no quarto da minha irmã.
Só eu sei oque eu senti quando Larissa me contou a primeira mentira, que veio seguida de uma avalanche delas.
Me sinto no escuro, sem saber com quem ela está andando, como ela está prejudicando a vida. Eu jamais vou colocar a mão em Larissa ou tratar ela com castigos de silêncio, ou de tomar as coisas que ela gosta.
Mas eu me sinto perdida, eu escuto Verônica gritando que eu estou falhando, me acusando disso.
Saí do banheiro e tinha pra mais de cinco mensagens do Bráulio. Bofe sem brilho na cara! Deixo falando e mesmo assim ele manda mensagem.
Hoje nós vamos em um sambinha, uma coisa mais tranquila. Pegamos um moto táxi e guiamos.
Quando cheguei escutei de longe alguém gritando Turco, virei o rosto e pegamos uma mesa do outro lado.
Esses tempos pra trás teve babado de mulher grávida e tudo, tia Juliana ficou louca.
Pedimos um combo de Gin e especiarias. Meu paladar está aceitando somente isso no momento!
Distanciei minha cabeça de tudo, tentei deixar leve meu coração. Me distrair!
-Cheguei na roseira e peguei uma rosa, e dei meu amor pra cheirar... E dei meu amor pra cheirar!-cantei. Nega Duda me lembra coisas boas, tia Juliana sempre escutou muito. Apesar dela ser evangélica, o finado marido dela era do Axé.
Tinha um bofe me olhando, quando olhei ele sorriu. Virei o rosto e encarei Eduarda.
-Bofe te olhando horrores-Eduarda comentou
-Deus me livre, estou correndo de bandido!-falei sugando o canudinho
-Ai que tu se engana, bofe ali é trabalhador! É coletor, corre atrás de caminhão filha-falou
