Hirata

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 A distância entre Izumo e Hirata era pequena. De carro, levava em torno de 10 minutos. Tempo este que foi prolongado, pois Takeshi e Nagai fizeram diversas paradas.

Como Eiji e Ash haviam dormido mal nas últimas noites, por causa da briga que tiveram, eles caíram no sono assim que se acomodaram no carro.

Depois da última parada que fizeram, Takeshi e Nagai guardaram algumas compras no porta-malas e entraram no carro, dando de cara com os mais novos muito próximos. Eles dormiam ombro a ombro.

— Os meninos estavam mesmo com sono!

Nagai franziu a sobrancelha. — Você não acha isso nojento? Eles estão praticamente se abraçando!

— Qual o problema? Quando a gente era mais novo vivíamos caindo nos braços um do outro. — Takeshi sorriu, lembrando dos velhos tempos.

— Nii-san, você realmente enferrujou! — Nagai se deslocou do seu assento para afastar os garotos atrás do carro.

Até para Takeshi, que se considerava um homem conservador, às vezes seu irmão exagerava.

Quando tentou afastar os mais novos, imediatamente um dos dedos de Nagai foi agarrado. Olhos verdes fulminantes lhe encararam e uma forte intenção assassina foi direcionada ao seu pescoço, como se um animal selvagem estivesse prestes a lhe arrancar a garganta. Nagai sentiu um arrepio percorrer sua espinha, no que retraiu a mão. Foram apenas alguns segundos, mas porque ele pensou que poderia ter perdido seus dedos?

Ele fitou Ash novamente, mas dessa vez a expressão do mais novo havia se suavizado.

O dono dos olhos verdes sorriu — desculpa, — disse ele. — não pude acompanhar vocês durante a viagem, porque realmente estava com sono. — Bocejando, afastou Eiji, delicadamente.

— Não perdeu nada. Mas que bom que acordou, já estamos em Hirata, quase chegando no hotel — informou Takeshi.

Nagai voltou a dirigir, muito pensativo sobre o olhar que viu antes. Tinha sido uma falsa impressão sua? Ele não sabia dizer, no entanto, durante o restante da viagem, sentiu um estranho desconforto.

Não era por menos. No banco de trás, Ash encava a nuca do empresário. O gesto não foi proposital. Ele estava acostumado a tomar posições defensivas desde que se entendia por gente. Era simplesmente um instinto seu mirar as vulnerabilidades dos seus inimigos. E, para o desespero desses, talvez nada no mundo fosse capaz de mudar a inclinação predadora do lince de New York.

[...]

A escolha do hotel, bem como suas despesas, haviam ficado por encargo de Nagai. Eiji nem teve tempo de protestar, pois seu tio tinha pago tudo antecipadamente. O fotógrafo não gostou da atitude arbitrária, mas não lutou muito com a decisão, já que ele mesmo não teria como bancar as despesas de quatro pessoas. Quanto a Ash, ele poderia se meter, uma vez que ele tinha dinheiro de sobra para custear as despesas daquele hotel pomposo, mas a verdade era que ele tinha uma filosofia diferente do namorado - e também de Nagai. Enquanto estes viam o ato de bancar as despesas com orgulho, Ash se contentava em não tirar do próprio bolso. Para ele, Nagai não passava de um otário pagando as contas. Mas a verdade era que Ash poderia ser descrito como uma pessoa um tanto hipócrita, pois caso fosse Eiji pagando as contas, ele encararia o ato como um doce presente.

Assim que chegou no seu destino, Eiji perdeu completamente o sono. Ele vibrava de emoção, imaginando construir diversas memórias junto ao namorado. Especialmente ele ansiava por apresentar sua escola.

— Vamos? — disse ele, incentivando os presentes a entrarem logo no hotel.

Na recepção, Nagai fez a frente.

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⏰ Última atualização: Jun 12, 2022 ⏰

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