Eiji ainda dormia quando Ash viu que estava entrando em uma outra cidade. Curioso em saber qual era a cidade, perguntou para um adolescente que compartilhava do mesmo vagão. O sotaque do americano ainda era pesado, mas ainda sim, ele pôde ser entendido.
Com um olhar de estranheza para o adormecido no ombro de um estrangeiro, o garoto respondeu. E para a satisfação do americano, ele pode compreender claramente o que o mais jovem havia dito.
E como poderia não compreender depois de ouvir diversas vezes aqueles fonemas, repetidos inclusive por ele mesmo?
Izumo, foi o que o menino disse. Ash havia finalmente chegado em Izumo.
Depois de tudo que ele e Eiji haviam passado, dos sonhos que haviam compartilhado e do sofrimento que haviam sentido, finalmente Ash estava na tão sonhada cidade natal do seu amigo.
Por mais convidativo que fosse assistir o fotógrafo dormindo no seu ombro, o americano não conseguiu tirar os olhos da vista. Aquela era sua primeira vez em Izumo e cada olhadela na cidade era uma captura importante para ele. Era um sonho que finalmente estava se realizando.
Como que por sintonia, instantes depois, o adormecido acordou e entre bocejos, acompanhou seu amigo na observação. – Faz tanto tempo que não venho aqui. Pena que a cidade ainda está coberta de neve. No verão, Izumo é ainda mais linda.
Ash finalmente olhou para trás para responder o amigo sonolento. – Você e sua birra quanto ao inverno. – Sorriu e completou. – Dormiu bem?
Eiji deu de ombros para a primeira afirmação e respondeu. – Foi meio desconfortável dormir em um trem, mas pelo menos descansei um pouco.
O mais novo voltou a olhar para a janela. Ao fazer isso, pode esconder sua cara de indignação pelas palavras do outro, afinal, como o fotógrafo poderia reclamar de desconforto quando havia dormido no seu ombro?
– Mas o que achou da cidade? – Voltou a falar Eiji.
– Parece como qualquer outra.
Dessa vez, foi o fotógrafo que ficou indignado. – Você acha isso mesmo da minha cidade?!
O americano voltou a olhar para trás. – Qual o problema em ser normal? Normal é bom, eu gosto de normal. – Dessa vez, ele expressou um sorriso mais sereno, voltando a olhar para paisagem coberta de neve.
De alguma maneira, a resposta não desagradou seu amigo. Muito pelo contrário. – Então, é assim?
– Assim o quê? – Indagou Ash sem tirar seus olhos do vidro.
– Nada não. – Embora tivesse dito isso, Eiji transbordava de felicidade. Afinal, ele finalmente estava em Izumo com Ash.
[...]
Depois de algum tempo, o trem havia parado, anunciando que finalmente havia chegado na sua última estação¹.
Animado, o fotógrafo não conteve sua pressa. – Chegamos! Vamos, vamos! – Ele puxou a mão do americano que só pôde lhe acompanhar.
Seu entusiasmo era tanto que Ash não pôde deixar de se perguntar se talvez seu amigo não estava mais ansioso que ele para visitar a cidade.
– Eiji, vá com calma, temos que pegar nossas malas! – No entanto, era impossível não ser contagiado com a alegria do japonês, de modo que o americano se deixou levar.
– Ah, claro, estava quase me esquecendo! – O fotógrafo freou seu passo. – Você poderia pegar? Só trouxemos duas mesmo. Enquanto isso, vou chamar um uber² para nos buscar.
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One more time, One more change
أدب الهواةDepois de horas sangrando a espera da morte, Ash finalmente se rendeu ao sono. O que ele não esperava era que este sono suicida não era eterno. Para entenderem um pouco melhor a proposta dessa fanfic: Basicamente, a história se trata de um final alt...