Revés

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Uma madrugada de pesadelos não foi a única surpresa de Ash naquele novo dia. Pela manhã, ele acordou primeiro que Eiji, pois sentiu-se desconfortável nas suas partes baixas. Não demorou muito para notar o que havia acontecido.

– Merda! – Foram suas primeiras palavras.

Cuidadosamente, levantou-se em silêncio para não acordar o fotógrafo, mas assim que pegou suas cobertas e foi em direção ao banheiro uma voz interrompeu seus passos.

– O que está fazendo, Ash? – Perguntou Eiji.

De costas para o namorado, o americano escondeu suas vergonhas da frente. – Eu vou ao banheiro.

– Por que pretende levar o cobertor ao banheiro também? – Eiji bocejou.

Ash não sabia como reagir, então apenas apertou o passo.

Vendo a movimentação repentina do namorado, o fotógrafo achou a situação engraçada, então correu atrás de Ash para ver o que ele estava escondendo. Ao alcançar o americano, o puxou pelo ombro e finalmente descobriu qual era o mistério.

Eiji desviou seu olhar imediatamente.. – Aaa... me desculpa Ash...

O americano não sabia como disfarçar sua vergonha extrema. – Eu vou me limpar e passar uma água nisso aqui. – Apontou para o cobertor. – Daqui a pouco eu desocupo o banheiro.

– Sem problema. – Eiji respondeu ainda com os olhos virados em direção oposta.

Ash não saiu do banheiro nos 30 minutos seguintes. Enquanto isso, Eiji esperava pacientemente, embora achasse que talvez o namorado não quisesse vê-lo no momento.

Quando finalmente o americano saiu do banheiro, surgiu enrolado numa toalha. – Eu sinto muito por isso...

– Pelo o quê? – O fotógrafo indagou.

– Por sujar sua coberta e por essa situação chata.

Eiji reparou que o outro ainda estava bastante vermelho, como 30 minutos antes. – Isso é normal. – Sorriu. – Você... teve algum sonho? Ouvi dizer que na adolescência alguns homens costumam ter episódios de opulência quando sonham com algo provocante.

Ash fez que não com a cabeça. – Isso nunca tinha me acontecido, mas acredito que tenha um bom motivo para o ocorrido.

– Qual seria? – Eiji atreveu-se a perguntar.

Enquanto isso, Ash tentava vestir uma cueca por baixo da toalha. – Eu não me masturbo.

Ao desviar o olhar uma vez mais do namorado, que tentava se vestir, o fotógrafo respondeu com uma uma tosse.

– Enquanto eu tinha uma vida sexual ativa, jamais precisei me preocupar com alguma ejaculação noturna, mas fazem meses que não faço sexo. – O assunto todo era muito vergonhoso para Ash, mas de alguma forma, ele conseguiu relatar um pouco do seu passado para o namorado.

De constrangido, Eiji ficou sério. – De que relações você fala? Você já sentiu prazer em se prostituir? – Suas palavras irrefletidas saíram antes de ele ponderar melhor sobre.

– Cuidado com o que fala, Eiji, você pode me magoar assim. – O mais novo franziu o cenho. – A sorte é que você é muito fofo, e eu gosto demais de ti. – E aproximou-se do namorado para beijar-lhe a testa.

– Me desculpa... – Eiji entendeu que foi muito indelicado.

Ash se ajoelhou e deitou seus braços no colo do outro. – Nosso corpo é como uma máquina, Eiji, quando estimulado ele reage sem que tenhamos controle total. Por muito tempo, eu me senti culpado por já ter tido orgasmos durante abusos, mas estudar me permitiu entender melhor sobre meu corpo.

One more time, One more changeOnde histórias criam vida. Descubra agora