Amarras

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Depois da consulta na clínica e do dia extenuante, Ash e Eiji não quiseram saber de passear pelos bairros de Tóquio. Eles foram direto para o apartamento. Chegando lá, o primeiro imediatamente foi para baixo do kotatsu. – Está tão frio na rua. Não sabia que o inverno aqui é tão rigoroso quanto na América. – Logo em seguida, Ash estendeu sua mão para ligar o aquecedor do móvel.

Quanto ao fotógrafo, este tirou seu casaco, que ainda tinha vestígios de neve, então foi observar a paisagem de Tóquio pela persiana. – O inverno no Japão é mesmo bastante parecido com o inverno do seu país, eu quase havia me esquecido disso. – E suspirou enquanto observava à cidade coberta de neve. – Confesso que odeio essa época do ano. Não vejo a hora do verão chegar.

Curioso, Ash não pôde deixar de perguntar. – Não sabia que odiava o inverno. Mas porquê isso?

Eiji pareceu pensar um pouco antes de responder. – Não dá para fazer muita coisa. Sinto que meus movimentos são limitados por causa do frio, além de ser uma época meio melancólica. Já parou para pensar que nas outras estações as pessoas são mais animadas e felizes?

O americano refletiu um pouco sobre o que escutou. De fato, ele também tinha essa impressão sobre o inverno, mas diferente do amigo, Ash não tinha nada particularmente contra a estação. – Eu acho que o inverno tem suas vantagens e desvantagens, assim como as outras estações. Particularmente, adoro ficar abafado, além de poder tomar coisas quentes. – E pontuou. – Nessa estação do ano, o calor e o gosto das coisas parecem diferenciados.

O fotógrafo parou de observar Tóquio pela janela e foi se sentar perto do amigo. Sorrindo, fitou o outro. – Se quiser, posso fazer muitas coisas gostosas e quentes para você.

– Às vezes sinto que você me trata como uma criança. – Confessou Ash.

– E você não é? – Eiji apertou o nariz do amigo.

O mais novo fez beicinho e logo em seguida, dando-se conta do frio, começou a esfregar os seus braços que estavam para fora do kotatsu.

– Apesar de não ter nada contra o inverno, você é bem friolento. Se precisar de roupas me avise, reparei que trouxe apenas alguns casacos e quase nada de vestes quentes para dormir.

– Me serviriam? Você é menor que eu.

Ligeiramente ofendido, o fotógrafo respondeu. – Você não é tão maior que eu assim. Além disso, tenho roupas mais largas, certamente vão te servir.

– Hum... pensando bem, acho que vou querer umas roupas emprestadas sim. Então, teria algo quente para mim? – O americano perguntou interessado.

– Claro. Verei algumas roupas para você. Não quer ir tomando um banho enquanto isso?

[...]

Assim que saiu do banho, Ash vestiu sua cueca e foi correndo ver se Eiji havia visto roupas para ele. – Estou morrendo de frio, achou algo?

– Sim. Está com cheiro de guardado, porque não uso tanto esse pijama por ser grande em mim, mas não é nada demais. – O japonês alcançou as vestes para o outro.

Tremendo, Ash pegou o pijama. – Pode tomar seu banho também, estarei no kotatsu. – Sugeriu.

– Farei isso. Depois disso podemos conversar?

O americano fez que sim com a cabeça.

Eiji então selecionou algumas roupas para si mesmo e foi tomar banho. Na sua ausência, o mais novo vestiu suas roupas emprestadas.

One more time, One more changeOnde histórias criam vida. Descubra agora