Akihabara

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Ash e Eiji pegaram um táxi até uma estação de trem com destino a Akihabara¹. Como ambos ainda estavam feridos, um por conta de um ferimento a bala e o outro por conta de um ferimento a faca, eles tinham em mente serem cautelosos.

– Se sentir o mínimo de dor me avise. – Ash pediu.

– Está tudo bem. Eu vou tentar não caminhar tão rápido ou fazer movimentos bruscos, mas de verdade, o médico estava exagerando sobre eu ainda precisar de uma cadeira de rodas.

– Não era você que me obrigou a seguir a recomendação do médico? – Retrucou o americano.

– Só que eu levei um tiro há semanas, quanto a você, até há dois dias atrás ainda estava em coma, fora que esteve quase a ponto de morrer!

– Por que é tão difícil argumentar com você? – Ash indignou-se.

– É só não tentar. – O fotógrafo provocou.

O americano se sentiu estranhamente feliz e nostálgico pelas provocações, mas resguardou esse sentimento para si, mudando de assunto logo em seguida. – Eiji, poderia me dizer para onde vamos?

– Vamos comer em algum lugar aqui. – O fotógrafo olhou para os dois lados. – ah, que tal um maid café? Não é bem meu estilo, mas certamente qualquer turista visitaria um maid café se viesse ao Japão.

– Hum, o que seria isso? Bem, não importa, desde que a comida seja boa.

– Você verá. – Eiji falou rindo. Em seguida, acenou para que o mais novo o seguisse.

– Okaerinasai mase goshujin sama! – Disse uma jovem.

Eiji cumprimentou a maid com um leve aceno de cabeça.

– Eiji, o que diabos essa menina vestindo essa roupa esquisita está falando?

– Er... ela está nos cumprimentando.

Relutante, Ash não contrariou o outro. – Se você diz, vou confiar.

Pela reação do americano, Eiji ficou ligeiramente arrependido de levá-lo para dentro do estabelecimento, mas pensou que talvez fosse bom para Ash se acostumar com algumas coisas que só poderiam ser encontradas no Japão.

A mesma menina vestida de maid conduziu o par de amigos a um lugar perto da janela do café, em seguida, se retirou e outra maid veio em seu lugar.

– Olá, o que vocês irão pedir? – Falou em inglês a maid que apareceu para substituir a outra.

– Oh, ela sabe falar inglês! – Ash surpreendeu-se.

– É bastante comum encontrar pessoas que falem em inglês hoje em dia. A grande parte dos estabelecimentos em Tóquio possui algum funcionário fluente em inglês. Aqui em Akihabara mesmo você vai encontrar gente fluente em todos os lugares.

– Entendi. Moça, por favor, me vê um hot dog e uma coca.

– Ash, você sabe perfeitamente que não há isso aqui.

– Eu tinha a esperança de estar errado.

– Moça, me veja dois omuraisu² e... talvez dois cafés. – Eiji falou em japonês.

A maid anotou o pedido e se retirou. Enquanto esperavam, Ash notou que estava sendo observado por muitas das empregadas do café, e até mesmo por alguns clientes.

– Eiji, não gosto disso, por que essa gente toda está olhando para cá?

– Pode ficar tranquilo, não é por nada perigoso, é só que você é... – O fotógrafo fez uma pausa na sua fala. – Um ikemen. Um ikemen loiro e de olhos verdes ainda por cima. Alguém com arquétipo diferente dos padrões japoneses só poderia chamar a atenção.

One more time, One more changeOnde histórias criam vida. Descubra agora