(0.7)

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- Por que está me tratando dessa forma? - Pergunto curiosa.

Meu pai faz uma cara feia, e cochicha:

- Cale a boca.

- Mas...

- Me obedeça Sina. - Ele me corta. - É bom que pareça uma filha amorosa ou então vai se arrepender.

Ele fala tão baixo, provavelmente para o seu convidado não escutá-lo. Já percebi que ele está apenas atuando, e quer parecer um pai amoroso.

- Sente-se querida.

Ele pega minha mão e começa a andar em direção a mesa, puxa uma cadeira para mim, então me sento.

- Obrigada. - Agradeço cabisbaixa.

- Cumprimente nosso convidado. - Meu pai fala.

- Boa no... - Quando levanto meu olhar me deparo com Noah sentado em minha frente.

Ele não parece nem um pouco surpreso com a minha presença, o que faz surgir milhões de perguntas em minha mente.

- Olá Sina. - Ele exibe um sorriso misterioso.

- Olá. - Digo apenas.

- Que surpresa nos encontrarmos novamente.

- Tenho quase certeza que não é surpresa alguma para você. - Retruco.

Não tenho ideia do que está acontecendo, mas de uma coisa tenho total certeza, ele não está nem um pouco surpreso.

- Você está certa. - Ele sorri abertamente.

- O que está acontecendo pai? - Me viro para ele.

- Vamos jantar primeiro, depois conversamos.

- Mas...

- Você deve estar com fome querida. - Ele me corta novamente.

Surgem algumas pessoas que não conheço e começam a colocar as refeições sofre a mesa.

- Obrigada. - Agradeço quando uma moça me entrega um prato.

- Me lembrei que você ama hambúrguer. - Meu pai fala.

Fico surpresa por ele lembrar disso, mas logo me lembro que é tudo fingimento apenas para seu benefício próprio.

- Obrigada. - Sorrio fraco.

- Já faz tanto tempo que minha pequena não vem em casa. - Meu pai faz um biquinho ridículo. - Deveria visitar seu velho pai com mais frequência.

- Desculpe. - Peço. - Não tenho muito tempo por causa do trabalho.

Entro no seu jogo já que ele me ameaçou.

Mas a minha vontade é de fugir o mais rápido possível, para não olhar mais na sua cara falsa.

- Aproveite enquanto tem seu pai vivo Sina. - Noah diz. - Nunca se sabe o dia de amanhã.

Vejo algo sombrio em seus olhos, e me pergunto o que realmente se passa na mente desse homem.

- Você tem razão. - Afirmo com a cabeça.

Se ele ao menos soubesse como meu pai é, e se eu pudesse dizer, mas prefiro me manter em silêncio não porque sou covarde, mas para meu próprio bem e o da Any.

Pode ser cruel uma filha pensar isso do pai, mas para mim não faria diferença ele estar vivo ou morto. Apesar de querer sua mudança, acho bem improvável que isso aconteça algum dia.

- Não está com fome querida? - Meu pai pergunta. - Está tão magra.

Provavelmente percebeu que estou apenas revirando a comida, e aproveitou para se passar por um bom pai.

𝗘𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗮 𝗩𝗶𝗻𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗲 𝗼 𝗔𝗺𝗼𝗿|ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora