(1.7)

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- Não vai mesmo responder minha pergunta?

Noah me olha por um segundo, depois volta sua atenção para o tráfego.

- Não quero falar sobre isso. - Diz sério.

- Não confia em mim? - Pergunto.

Desde o início percebi que Noah esconde algo, mas ele jamais irá me falar por livre e espontânea vontade.

- Não é algo que gosto de me lembrar.

- Seria melhor se desabafasse com alguém.

- Nem sempre. - Ele retruca.

- Não é bom guardar tudo para si. - Pego em seu braço.

- Você é tão teimosa. - Ele sorri abertamente.

- Tem toda razão.

Quando vejo alguém que eu gosto sofrendo, faço o possível para ajudar, mas parece que Noah não está nem um pouco interessado em receber ajuda ou algum conselho de alguém.

- Não quero falar sobre isso, então não toque nesse assunto novamente.

- Tudo bem. - Reviro os olhos. - Pelo jeito não confia em mim.

Ele não responde nada e continua dirigindo, então também não toco mais no assunto.

Fico triste por ele não confiar em mim, e não me contar o motivo de querer se vingar de alguém.

Fico olhando para o movimento das ruas, e me pergunto se algum dia ele será capaz de se abrir comigo por completo. Eu também tenho um segredo, mas não posso contar porque eu não seria a única prejudicada, mas Noah parece esconder algo mais sério, e para ser bem sincera fico com medo do que possa acontecer.

- Não fique brava...

- Esqueça. - O corto. - Não precisa me falar nada.

Insisti mais de uma vez e ele não quis falar nada, e provavelmente não irá dizer, então não irei perguntar mais nada. Talvez algum dia ele poderá confiar em mim, o que acho bem improvável, então até lá não irei ficar insistindo em perguntas sem respostas.

- Está brava?

- Não. - Digo apenas.

Não estou brava, mas sim magoada. Sinto que ele conhece quase tudo sobre mim, e eu não sei nada sobre ele.

- Está sim.

- Já falei que não estou brava. - Retruco com irritação.

Mateo tira a mão do volante e

pega a minha em seguida.

Me perdoe. - Ele pede. - Não foi minha intenção te deixar irritada.

- Até parece. - Murmuro entredentes.

-Eu te amo. - Mateo fala.

- Ok. - Digo apenas.

- Mulher sem coração. - Ele ri alto. - Eu digo que te amo e você só fala ok?

Quase disse que também o amo, mas decido me manter quieta por um tempo.

Fiquei me perguntando vários dias seguidos se realmente estava apaixonada por ele, ou era somente interesse passageiro. Depois de me estudar por um bom tempo enfim tive a certeza que o amava.

Na verdade eu tinha medo de estar me precepidando, e acabar achando que o amava mesmo que isso não fosse real. Noah é meu primeiro namorado, e o primeiro homem que amo, então esse foi um dos motivos dos meus receios.

Talvez eu estivesse apenas eufórica com um homem como ele interessado em mim. Talvez eu só gostasse do fato de enfim ter um namorado e confundice meus sentimentos. Mas depois de muito pensar, cheguei a conclusão de que realmente era amor o que eu sentia.

𝗘𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗮 𝗩𝗶𝗻𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗲 𝗼 𝗔𝗺𝗼𝗿|ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora