Ella é uma moça simples. Atenciosa e um tanto tímida. Sua ingenuidade fazia a realidade ser menos dura, mas nada apagava o sombrio de sua vida. De seus dias mórbidos, e da solidão que a mesma sempre esteve, mas que jamais foi capaz de se acomodar.
E...
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Minha atenção estava em seu rosto. Eu buscava respostas válidas que respondesse, pelo menos, o começo das minhas dúvidas.
Ele parecia estar satisfeito em minha presença, e eu... não estava muito diferente dele, e nem sabia o porquê.
O que isso significava...? Eu não tinha o poder de conseguir confiar tão facilmente em alguém, ainda mais em um homem.
— Eu vou cuidar de você. — Coro diante de seu olhar. Eu havia sido pega no flagra por encara-lo tão descaradamente
— Isso só me deixa ainda mais confusa...
— Eu não suporto mais ver você sofrer. — Sussurra de volta com sua voz carregada em culpa
Culpa...?
— Do que está falando, Ettore? — Indago insegura
— Não teremos essa conversa agora. — Sussurra levando sua mão até o meu rosto, e deito meu rosto sob sua palma apreciando o carinho.
— Não é justo comigo. — Sussurro extasiada em sua bela face
— Realmente não é, e eu não me importo com isso agora. — Suspiro. — Injusto é você estar só e infeliz. Eu te quero feliz, Ella, e eu farei o impossível para que isso aconteça.
Ser feliz? Eu ainda carregava traumas incuráveis. Carrega uma medo de coisas consequentemente estúpidas.
— Apesar de eu ter esperanças, não sei se mereço ser feliz. — Sussurro dolorosa.
"Você nunca será feliz, Ella!"
"Ninguém nunca vai te amar, você é doente e age feito uma criança!"
"Você é um monstro odioso!"
Arregalo os meus olhos assustada quando sinto o bico da minha chupeta ser colocado em meus lábios delicadamente.
Como...?
— Caladinha. — Esbraveja. — Você merece o mundo, Ella, e eu o daria pra você se ele não fosse tão fodido. — Encaro os seus olhos
Minha cabeça latejava prontamente com tantas informações. O jeito era desistir de tentar entender por enquanto.
— Eu sei que sua cabecinha deve estar uma confusão, pequena. — Suspira pesado. — Lhe direi com o tempo.
Ingiro cada palavra daquele ser com um certo cuidado. Eram genuínas, e me permiti concordar com ele acreditando que ele me contaria ao decorrer dos dias.
— Sua inocência estará sendo preservada por mim, e com o tempo, irei destruí-la. — Beija minha testa. — Você ainda será o meu anjo puro, e acredito que para sempre será.
