Sobressalto pelo susto, ato que me fez levar a mão até o tórax, para me recuperar da minha respiração descompensada.
— Santo Deus. — Sussurro vasculhando o cômodo mal iluminado. — Ettore...?
Pisco repetidamente e esfrego os meus olhos tentando encontrar sua presença.
Eu estava alucinando?
— Oi, meu amor. — O mesmo caminha ao meu encontro, se revelando do escuro.
Suas olheiras estavam mais fundas, sua voz mais rouca. Sua postura mais rígida, transparecendo cansaço.
Ando rapidamente ao seu encontro, e o abraço. E não demora até que eu sinta seus braços me rodeando, e puxando para seu colo.
— Senti tanta saudade, Ett. — O aperto em meus braços.
— Eu também, minha pequena.— Beija meus lábios pousando sua mão em meu bumbum. — Me desculpa não ter me despedido de maneira descente, odeio despedidas.
— Você está aqui agora, é o que me importa. — Intensifico o abraço, e ele retribui na mesma intensidade.
— Não vou desgrudar de ti. — Sussurra com o rosto em meu pescoço.
Essa sensação era recíproca. Eu me sentia vazia sem a sua presença. Sem o seu amor.
— Quando você chegou? — Indago analisando o cansaço em seu rosto
— Ontem.
— E você ficou aqui me esperando sozinho? — Sinto meu coração se apertar.
— Fiquei, não estragaria sua felicidade jamais. Você estava confortável com a senhora Clara. — Franzo o cenho.
Como ele sabia que eu estava lá?
— Como sabia?
— Apenas sabia. — Dá de ombros e não insisto.
— Eu trouxe torta de morango. — Comento sorrindo.
— Bom. — Sussurra mais entretido em chupar a pele sensível do meu pescoço.
Era delicioso as sensações que Ettore me causava.
— Eu preciso tomar banho.— Comento o abraçando mais forte. — Pode tomar banho comigo?
— Posso fazer qualquer coisa por você. — Beija minha testa e caminha comigo ainda em seu colo até o meu quarto.
Deito minha cabeça em seu ombro e observo em silêncio o mesmo mexer em meu guarda-roupa pegando o meu pijama de ceda rosa, junto de uma calcinha branca.
Logo após Ettore caminha até a minha cama e mexe em sua pequena bolsa esportiva tirando apenas uma calça moletom do pano cinza.
— Não está com frio? — Indago baixo e noto o mesmo engolir em seco.
— Impossível estar, Ella. — Sussurra e franzo o meu cenho.
Enrolo os meus braços em seu pescoço e sinto o mesmo caminhar na direção do banheiro. Ainda em seu colo, sinto o mesmo se despir ficando apenas com a sua cueca box preta.
Com sua ajuda tiro o meu casaco junto do vestido, sobrando apenas a minha calcinha vermelha.
A água estava morna, quase quente, coisa que me fez suspirar em satisfação. Logo sinto a mão de Ettore esfregar as minhas costas, e levo as minhas mãos até o seu couro cabeludo.
E loiro me desce do seu colo com cuidado, e me viro encarando o vidro do box, sentindo as mãos de Ettore entrar em contato com a minha pele.
Volto a me virar para ele e o abraço. O mesmo leva sua mão até o meu rosto, e aproxima-se para selar nossos lábios.
Seus lábios eram quentes, e o frio que insistia em correr pela minha espinha era surreal.
— Eu sou completamente louco por você, Ella. — Fala em busca de ar colando nossas testas. — Você é minha. — Toma meu lábios novamente, mas de um jeito mais forte e delicadamente sinto sua mãos rodear a minha garganta.
— Apenas minha e de mais ninguém. — Grunhi com seus lábios colados nos meus enquanto aperta a minha garganta.
Não era doloroso, era bom.
— Fale, Ella. — Ordena duro. — Fale que é minha.
— Eu sou sua, Ettore.
Sinto o aperto em minha garganta suavizar e logo sinto o mesmo me tirar do chão me levando novamente para seu colo.
— Você é a minha vida, Ella. — Beija minha testa, e sorrio fraco encostando minha cabeça em seu ombro.
— Você completa o meu vazio. — Confesso sentindo os meus olhos pesarem.
— Você possui o melhor de mim.
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Com amor, Ettore
RomanceElla é uma moça simples. Atenciosa e um tanto tímida. Sua ingenuidade fazia a realidade ser menos dura, mas nada apagava o sombrio de sua vida. De seus dias mórbidos, e da solidão que a mesma sempre esteve, mas que jamais foi capaz de se acomodar. E...