✵𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐈

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"𝐄𝐦 𝐚́𝐠𝐮𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐚𝐬"
𝑊𝑖𝑙𝑙 𝐵𝑦𝑒𝑟𝑠, 𝐶𝑎𝑙𝑖𝑓𝑜́𝑟𝑛𝑖𝑎; 1987

tw: Citações leves a ta
(transtorno alimentar)
e homofobia”

𝐀𝐂𝐇𝐎 𝐐𝐔𝐄, 𝐃𝐄𝐒𝐃𝐄 𝐐𝐔𝐄 me entendo por gente, eu nunca xinguei.
É algo estranho de se citar aleatoriamente, eu sei, mas é um fato estranho.
Eu sou estranho.

— Então... é verdade o que dizem? – Minha dupla pergunta repentinamente; essa pergunta me deixa um tanto nervoso, nunca conversamos tanto durante as aulas.

— Ah, depende do que dizem. – Eu digo sorrindo, um sorriso doce e nem um pouco falso, eu espero.

— Desculpa... – Ela ri, uma risada boa de se ouvir, como uma melodia – É que é algo meio... meio estranho de se perguntar, pode parecer até meio sem noção, mas... eu sei lá.

Ela continua rindo, meu coração errando cada batida que ele dá.
Eu tento sorrir, sei que não vou conseguir, mas tentar não vai me matar, ou vai?

— Pode perguntar, se quiser.

Seus olhos brilham, não um brilho alegre, um brilho ansioso, tal esse que reconheço de longe.
Ela morde os lábios, aparentemente pensando se falava ou não, ela opta por falar.

— É verdade que você... que você não gosta de garotas? – Ela indaga calmamente.

Meu coração está trabalhando arduamente, acelerando cada vez mais.

— E-Eu... a-as pessoas estão falando isso? – Pergunto ansioso, minhas costas se curvam de leve.

Ela olha ao redor, como se procurasse por alguém, ou verificasse um perímetro, tentando se sentir segura para falar.

— A Ângela, ela disse... coisas, sobre você e a sua família. – Meus olhos se arregalam a cada palavra dita – A gente não se fala tanto e... nem somos amigos, mas... sei lá, eu só queria saber... – Ela abaixa os olhos, guiando os mesmo até uma outra aluna no canto da sala, a mesma me olha com nojo e desgosto, não havia notado, até então, que tem mais de uma pessoa a me encarar.

— Ela disse? – Eu inclino minha cabeça para o lado, sentindo energia correr pelas minhas veias, seguida de medo, muito medo.

A garota balançou a cabeça, estendendo suas mãos.

— Meu nome é Sarah, sinto muito por isso. – Ela diz, aperto sua mão de leve.

— Não precisa se desculpar por algo que você não fez ou se envolveu. – Eu digo sorrindo, um sorriso sofrido, aparentemente, ela nota isso.

Ela sorri tímida, colocando uma mecha de seu cabelo ruivo por detrás da orelha.

— Sendo ou não verdade, ela não tem que falar nada, não diz respeito a ela. – Sarah diz, as sardas em seu rosto tão leves, lembrando-me Maxine.

Max, ninguém chama ela de Maxine.

— Obrigada por... me avisar. – Eu ponho minhas mãos sobre as delas, acariciando as costas de suas mãos.

𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋,  𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒃𝒚𝒆𝒓𝒔 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora