✵𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐈

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"𝐎𝐩𝐞𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐜𝐚𝐬𝐚"
𝐽𝑜𝑛𝑎𝑡ℎ𝑎𝑛 𝐵𝑦𝑒𝑟𝑠, 𝐶𝑎𝑙𝑖𝑓𝑜́𝑟𝑛𝑖𝑎; 1987
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“Nota da autora: Quando estava voltando da escola, vi o ônibus 14 c, pode parecer bobagem, mas eu só consegui me lembrar de
Caleb LaBlanc

tw: Agressão, problemas
familiares”

𝐌𝐄𝐔 𝐏𝐄𝐒𝐂𝐎𝐂𝐎 𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐄𝐍𝐕𝐎𝐋𝐓𝐎 em faixas e curativos. Eu ainda estou algemado, dessa vez, a mesa, para que eu não faça nenhuma besteira, particularmente, acho melhor assim.
Eu não sei a quanto tempo eu estou aqui, só sei que parece uma eternidade.

Um policial adentra a sala rapidamente, sem notar minha presença; velozmente, abaixo minha cabeça, simulando um desmaio ou cochilo.
Sinto seu olhar cair sobre mim.

— A ficha criminal da sua família não para de crescer, não é, Byers? – Ele sussurra em um tom sarcástico.

Ele, então, se vira e anda até a porta, levando consigo uma pasta com diversas fichas, uma folha cai sobre o chão.
Ele, sem ver, se retira, deixando a mesma para trás.
Levanto a cabeça, piscando algumas vezes ao encarar, por acidente, a luz pálida do local.

Encaro a folha, está de cabeça para baixo, então me viro um pouco, tentando ler o que estava impresso na mesma.

“𝙹𝚘𝚗𝚊𝚝𝚑𝚊𝚗 𝙱𝚢𝚎𝚛𝚜,
•𝚁𝚘𝚞𝚋𝚘 𝚍𝚎 𝚟𝚎𝚒́𝚌𝚞𝚕𝚘, 𝚌𝚘𝚗𝚜𝚞𝚖𝚘 𝚎 𝚝𝚛𝚊́𝚏𝚒𝚌𝚘 𝚍𝚎 𝚍𝚛𝚘𝚐𝚊𝚜, 𝚊𝚐𝚛𝚎𝚜𝚜𝚊̃𝚘.
•𝚂𝚄𝚂𝙿𝙴𝙸𝚃𝙾 𝙳𝙾 𝙲𝙰𝚂𝙾 𝙱𝚈𝙴𝚁𝚂”

Eu sorrio, é impressionante como observam cada passo meu e ainda entendem a história de uma forma completamente distorcida.

Tá legal, hora de sair daqui.
Observo a câmera quebrada, sem imagens; não há ninguém do outro lado da janela, sem testemunhas; não há barulho do lado de fora, uma possível saída!

— 𝐕𝐨𝐜𝐞̂ 𝐧𝐚̃𝐨 𝐯𝐚𝐢 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐫. – A voz diz de forma distante – 𝐄𝐮 𝐣𝐚́ 𝐨 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐞𝐢, 𝐉𝐨𝐧𝐚𝐭𝐡𝐚𝐧, 𝐯𝐨𝐜𝐞̂𝐬 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐞𝐫𝐚𝐦.

Um arrepio percorre toda a extensão de minhas costas, de meu cox a minha nuca.
Puxo minhas mãos com força, fazendo a mesa se inclinar um pouco para o lado.
Puxo mais uma vez, torcendo, imensamente, para que a mesa vire e caia com força sobre o chão.

— 𝐕𝐨𝐜𝐞̂ 𝐢𝐫𝐚́ 𝐦𝐚𝐭𝐚́-𝐥𝐨, 𝐉𝐨𝐧𝐚𝐭𝐡𝐚𝐧; 𝐬𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐨 𝐟𝐢𝐳𝐞𝐫, 𝐞𝐧𝐭𝐚̃𝐨 𝐭𝐞𝐫𝐚́ 𝐝𝐞 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫. – Ela provoca.

Uma lágrima escorre por todo o meu rosto, parando em meu pescoço e pingando sobre a mesa.
Eu puxo mais uma vez, com mais força ainda, vendo a mesa tombar para o lado, mais se recusar a cair.

— Por favor... – Eu digo ao rezar – Por favor... vira logo!

Puxo mais uma vez, impulsionando meu corpo para o lado, vendo a mesa tombar e, mais uma vez, não virar.

— 𝐄𝐧𝐭𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐫𝐚́ 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦? 𝐐𝐮𝐞𝐫 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫 𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐨𝐥𝐨𝐫𝐨𝐬𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐩𝐫𝐨́𝐩𝐫𝐢𝐨 𝐢𝐫𝐦𝐚̃𝐨, 𝐉𝐨𝐧𝐚𝐭𝐡𝐚𝐧? – A voz diz; por mais que fria, ela contém um tom de divertimento.

𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋,  𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒃𝒚𝒆𝒓𝒔 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora