✵𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐗𝐈𝐕

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"𝐁𝐨𝐫𝐛𝐨𝐥𝐞𝐭𝐚𝐬 𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜𝐚𝐬 𝐚𝐭𝐫𝐚𝐞𝐦 𝐬𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐞 𝐝𝐞𝐣𝐚-𝐯𝐮𝐬"
𝐶𝑎𝑙𝑒𝑏 𝐿𝑎𝐵𝑙𝑎𝑛𝑐, 𝐻𝑎𝑤𝑘𝑖𝑛𝑠; 1987

"TW: Consumo de álcool e drogas, menção a relacionamentos abusivos"

𝐀𝐁𝐑𝐎 𝐎𝐒 𝐎𝐋𝐇𝐎𝐒 𝐋𝐄𝐍𝐓𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄, ouvindo apenas o som calmo da canção de ninar familiar na voz tranquila de Ophelia.

- A noite vai brilhar; - Ela cantarola, sua voz ainda é doce, exatamente como me lembro - Com estrelas a dançar e música a soar...

Sorrio serenamente ao vê-la me observar com preocupação visível.
Ela pula em meus braços, com cuidado e carinho.

- Achei que tinha te perdido... - Ela sussurra magoada.

- Desculpa, eu realmente achei que iria morrer se fizesse aquilo, eu não sabia... - Ela aperta mais o abraço e sinto a aflição mais uma vez, me queimando de dentro para fora.

Ela se afasta assustada, cerrando os punhos com força.
Passo as mãos pela coleira, tal essa que Ophelia só pôde reparar agora.

- O que é isso? - Ela pergunta assustada, passando as mãos lentamente pela coleira metálica.

Respiro fundo, tentando controlar a dor e usá-la a meu favor.

- Foi criada pelos cientistas do laboratório, eu acho, era usada para evitar que as crianças perdessem o controle. - Eu digo, lembrando-me do sofrimento do número 002 ao cair ajoelhado, implorando para que parassem com a tortura - Pelo que eu entendi, libera uma descarga elétrica muito forte nas veias que levam o sangue para o cérebro, levando a eletricidade para o mesmo, originando uma dor agoniante, ou coisa assim, eu sei lá.

Ela põe as mãos no colar e puxa com força, tentando o soltar e/ou quebrar.

- Não dá, Ophelia. Só quem o colocou pode tirar. - Eu digo sentindo as lágrimas tomarem meus olhos mais uma vez - A Lord quem o colocou... só ela pode o tirar, e eu sei que isso não vai acontecer, por que, bom... ela é má.

Eu sorrio amargo, sentindo minhas lágrimas secarem sobre minha face.
Passo as mãos por meu cabelo, já abaixo das orelhas, moldado em cachos, enrolo os mesmos em meus dedos, puxando o ar com força.
Ophelia aperta minhas mãos, sem muita força, me mirando com seu olhar tristonho.

- O Will... ele está... - Ela olha para baixo e eu decido a interromper.

- Eu sei. - Digo frio, olhando para a porta aberta, ouvindo os sussurros vindos do outro cômodo - Vamos achar e salvar ele; se Lord o quer morto, tem que ter algum motivo, não acha?

Ela encara o teto, se deitando ao meu lado e deixando escapar um suspiro cansado.

- O que é a Lord? - Ela pergunta, me olhando com espanto e curiosidade.

Respiro fundo, fechando os olhos.
Reclamo ao sentir a eletricidade correr por minhas veias mais uma vez.

- Eu não sei ao certo, mas ela já foi humana, isso eu posso afirmar. - Eu digo com os olhos semi cerrados, sinto as lágrimas virem a tona, mais uma vez - O nome real dela é Charlotte, doutora Charlotte, ela "cuidava" de mim e da Jane no laboratório.

𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋,  𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒃𝒚𝒆𝒓𝒔 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora