✵𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐗𝐈𝐈𝐈

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"𝐋𝐚𝐛𝐨𝐫𝐚𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐇𝐚𝐰𝐤𝐢𝐧𝐬"
𝐶𝑎𝑙𝑒𝑏 𝐿𝑎𝐵𝑙𝑎𝑛𝑐, 𝐻𝑎𝑤𝑘𝑖𝑛𝑠; ????
“𝚖𝚎𝚖𝚘𝚛𝚒𝚎𝚜”

𝐄𝐔 𝐍𝐀𝐎 𝐒𝐄𝐈 𝐐𝐔𝐄 𝐃𝐈𝐀 𝐄 𝐇𝐎𝐉𝐄, mas acho que é meu aniversário.
Papai entra na sala arco-íris e anda em direção a mim, em passos lentos.
Sorrio ao vê-lo e corro em sua direção, abraçando suas pernas. Ele é bem mais alto que eu, e mais arrumado também, eu só uso roupas feias e estranhas.

— Tenho uma brincadeira especial, para um menino bem especial. – Ele diz ao sorrir para mim; eu me animo bastante, segurando em sua mão, sendo guiado por entre os corredores.

É tudo muito cinza e azul, diferente da sala do arco-íris, que é branca, mas, com várias cores nas paredes; eu gosto de cores, cores são divertidas e legais.
Lá também tem brinquedos. Brinquedos são legais, principalmente o cubo mágico, eu passo horas e horas e horas tentando resolvê-lo.
Sempre consigo, apenas para pedir para que embaralhem de novo, para eu unir as cores iguais mais uma vez.

Entramos na sala, que não é tão longe da sala do arco-íris.
Eu me sento na cadeira, assim como ele costuma pedir para eu fazer.

— Hoje, nós vamos brincar de esconde-esconde, está tudo bem por você? – Papai pergunta sorrindo, eu aceno com a cabeça – Eu vou falar uma pessoa, qualquer pessoa, e quero que você se concentre e encontre essa pessoa, consegue fazer isso, 014?

— Uhum! – Eu balanço a cabeça animado.

Ele se levanta, colocando uma venda em meus olhos, como de costume.
Ele põe, também, os aparelhos, ligando-os para obter resultados.
Posso ouvir o barulho da máquina trabalhando, é estranho, mas legal ao mesmo tempo.

Costumo fazer isso duas vezes por semana, encontrar as pessoas que o papai pede, as vezes, pessoas de fora daqui... pessoas de longe.

— Consegue encontrar a doutora Charlotte? – Ele pergunta docemente, torço o nariz, por um instante, ao ouvir o nome da doutora – O que houve?

Mordo o interior de minha bochecha, me concentrando e pensando na doutora Charlotte.

— Ela é má comigo, não má, mas... ela é mau humorada e fica olhando para todo mundo estranho também. – Eu digo; ao encontrar a doutora Charlotte, levanto as mãos exaltado – Achei ela, ganhei!

Bato palmas algumas vezes, tentando ver o que a doutora está fazendo.

— Ela está jogando xadrez com a 012 e com o sr Ballard. – Eu digo, sinto meu próprio sangue escorrer.

— Ótimo, ah... – Ele para apenas por alguns segundos – ...agora, quero que encontre a 011, você consegue, 014?

Balanço a cabeça com cuidado, para não soltar os fios presos a mim.
Respiro calmamente.

— Acho que sim. – Eu respondo, mantendo os lábios entre abertos – Eu não tô' vendo ela... só a porta do quarto... tem o número dela escrito na porta.

Papai ri, sinto seus olhos me fitando com curiosidade.
Ouço o som da caneta batendo contra a folha fina de papel, esse som me irrita bastante.

— Agora, tente achar um professor. – Ele diz, logo, franzo o cenho.

𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋,  𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒃𝒚𝒆𝒓𝒔 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora