✵𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐈𝐈

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"𝐎 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐖𝐢𝐥𝐥 𝐁𝐲𝐞𝐫𝐬"
𝐽𝑎𝑛𝑒 𝐻𝑜𝑝𝑝𝑒𝑟, 𝐶𝑎𝑙𝑖𝑓𝑜́𝑟𝑛𝑖𝑎; 1987

𝐍𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌, meu irmão desapareceu.
Ele se foi mais uma vez, escapou por entre meus dedos, perdi a conta de quantas vezes eu já o perdi apenas nessa semana.
A tragédia não nos deixa, ela persegue minha família não importa onde ela vá.

— Jane. - Mike diz, ele já depositou quatro batidas leves na porta, depois duas agressivas e uma bem forte, por um momento, achei que ele fosse derrubar a porta – Abre a porta, por favor.

Eu me calo, como sempre.
Não consigo dizer nada, já fiz tudo que podia. Eu sou inútil agora.

— 011. – Ele chama, sua voz firme e autoritária atrai a minha atenção, mas ainda não abro a porta.

Eu fecho os olhos, abraçando aquela peça de roupa, não me dei conta do quão apegada eu me tornei, quando se trata de Will.

— Abre. A droga. Da porta. – Ele diz pausadamente, dando empurrões fortes na porta, tentando derrubar a mesma.

— Por favor, Mike, me deixa sozinha. – A culpa toma meu peito, se eu tivesse feito diferente... isso não estaria acontecendo de novo.

Um arrepio percorre minha espinha, como o sopro frio de uma alma sofrida sendo levada, torço silenciosamente para que não seja a de Will.

— Encontraram algo... – Ele diz; me arrasto para perto da porta de forma esperançosa – ...acharam o casaco dele. Tava... tinha sangue, On.

Me encosto contra a porta, sentindo sua frieza contra minhas costas.
Um soluço quebra o silêncio, eu sei que Mike está chorando; sei que ele perdeu Will muito mais vezes que eu; sei o quanto meu irmão significa para ele, quase tanto quanto significa para mim.

Eu fecho os olhos mais uma vez, buscando o mesmo através de minhas visões: vazio, isso é tudo que eu vejo, um enorme e amplo vazio.
Sinto o sangue escorrer por meu nariz, começo a chorar novamente de forma desesperada.

— Eu não vejo nada. Por que eu não vejo nada!? – Arremesso um pequeno vaso de plantas contra a parede, sujando o chão de terra e cacos de porcelana – Por que tá' fazendo isso comigo, Will..?

Observo a blusa de botões em minhas mãos. Se ele estivesse morto, eu veria, assim como a Barb... mas eu não vejo nada, é como um bloqueio, como se ele não me quisesse por perto.

O som da TV ligada na sala me alerta, o noticiário conta sobre o caso mais recente e chocante de Lenora Hills.

— Infelizmente, foi encontrado pela manhã, o corpo da aluna de apenas dezesseis anos, Sarah Nielly. – O jornalista conta de forma comovente - As suspeitas são de assassinato, a maioria, envolvendo o recente desaparecimento de William Byers, adolescente de quinze anos desaparecido desde a noite passada.

Arregalo os olhos com pavor e uma raiva borbulhante.
Do que ele está falando? O que ele está supondo?

— Segundo testemunhas, William fora visto minutos antes do crime em um local perto de onde o corpo fora encontrado. – Ele diz, sua voz agitada, como se não tivesse uma boa notícia a muito tempo – Ele fora visto, também, por câmeras de segurança, juntamente de Penélope Allen, que fora encontrada baleada e a beira da morte a alguns quilômetros do local onde, posteriormente, Sarah fora brutalmente assassinada. – Ele faz uma pausa - O povo quer respostas; seria William Byers, um perigoso assassino, ou, apenas mais uma vítima de um possível serial killer?

𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋,  𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒃𝒚𝒆𝒓𝒔 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora