✵𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐗

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"𝐋𝐨𝐫𝐝 𝐈𝐈"
𝐸𝑑𝑑𝑖𝑒 𝑀𝑢𝑛𝑠𝑜𝑛, 𝐻𝑎𝑤𝑘𝑖𝑛𝑠; 1987

𝐄𝐍𝐂𝐀𝐑𝐎 𝐌𝐄𝐔 𝐏𝐑𝐎𝐏𝐑𝐈𝐎 𝐑𝐎𝐒𝐓𝐎 no espelho, as cicatrizes parecem cada vez mais evidentes, mesmo fazendo um ano que elas foram feitas em meu corpo.
Acho que nunca mais vou enxergar o Batman da mesma forma.
A blusa do hellfire esconde milhares de outras dessas, eu fui estraçalhado por aqueles morcegos, me fizeram de brinquedinho de morder.

O walkie talkie está sobre a cama, logo, é possível ouvir a voz familiar de Steve Harrington gritar meu nome diversas vezes.

— EDDIE!? – Ele diz entrando em algo parecido com o desespero, algo que conheci bem, só que mais leve – EDDIE, SEU BABACA!

Me aproximo devagar, colocando uma jaqueta jeans e puxando meus anéis, que estavam, a alguns minutos, sobre a cômoda, porém agora estão em meus dedos.

— EDWARD! – Ele segue dizendo; me chamar pelo meu nome de verdade já é um exagero – ISSO AQUI É UMA EMERGÊNCIA, SEU IDIOTA!

Seguro o aparelho em minhas mãos e digo pausadamente.

— Para. De. Gritar. Idiota! – Eu ando até o lado de fora do trailer, vendo algumas pessoas se afastarem; alguns ainda me vêem como a droga de um assassino, eu não ligo tanto, não mais, afinal, as pessoas que eu mais amo acreditaram em mim o tempo todo, sem nem questionar – Qual a emergência, bonitão?

Ele bufa e tenho certeza que, nesse exato momento, ele está revirando os olhos, tenho certeza disso.

— A Nancy ligou, aconteceu alguma coisa na Califórnia, o garoto sumiu. – Steve diz rígido, ele parece disputar o walkie talkie com alguém, logo me dou conta de que Ophelia está com ele.

— Oi Ophelia. – Eu digo rápido, minha voz sai mais fofa do que o planejado, minha prima, por mais que eu não a suporte, sabe mudar meu humor de bom para ruim e vice versa – O Byers ou o Wheeler?

— Will, o-o-o-o Byers. – Ela gagueja, Ophelia está nervosa demais; Will acolheu ela quando ninguém mais o fez, a ideia de o perder deve doer muito, eu suponho, mas seu nervosismo é peculiar, conhecendo-a da forma como a conheço.

— Como um garoto de 15 anos pode, simplesmente, sumir? – Eu indago, William é um filho para mim, afinal, quando tentei roubar Dustin da babá Steve, eu quase apanhei por isso; eu suspiro pesadamente – Deixa eu adivinhar, acham que tem algo haver com o mundo invertido?

— Então... – Ele para um segundo – ...é, achamos que sim, temos quase certeza.

Adentro o carro de meu tio, levando as mãos ao volante, finalmente tirei carteira de motorista.
Deixo o walkie talkie sobre o acento ao meu lado e sigo falando.

— Então? Qual o plano, Harrington? – Indago suspirando, por que é sempre você, Will? – Você é o nosso herói, não é? Deve ter um plano.

Steve parece hesitate, mas, por fim, ele diz:

— Não, você é o herói, cara. – Ele respira fundo e, pelo que entendo, Ophelia toma o aparelho.

— Que momento lindo, rapazes! – A voz de Ophelia falha, algo característico de quando a menina está mentindo – Pelo que ela disse, Will está em Hawkins.

Inclino a cabeça levemente para o lado, dando partida e pisando firmemente no acelerador.

— Por que não fazemos uma busca mais tarde? – Eu questiono – Já estive na pele de um fugitivo antes, se está fugindo de algo e está assustado, o que eu sei que ele está, ele não deve ter ido muito longe.

𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋,  𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒃𝒚𝒆𝒓𝒔 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora