Pangeia - 180000000 d.C.
Estávamos caminhando em uma mata fechada, não havia trilhas e J ia abrindo caminho cortando as plantas com seus machados, eu e Yuno seguíamos alertas a qualquer sinal de movimento, era nosso sétimo dia ali, nos acostumamos com a carne dos dinossauros, eles tentavam nos atacar, mas Samir e Demétrius eram uma defesa impenetrável, todos os dias procurávamos o aro dividos em duas equipes, nossa equipe se afastava cada dia mais da caverna no sentido leste, mas não achamos nada além de mato pré histórico.
Eu ia admirando Yuno, ela era uma cabeça mais baixa do que eu e se movia com uma suavidade única, ainda não tinha surgido a oportunidade de ficar a sós com ela, eu estava ansioso por isso quando chegamos a um espaço aberto, o terreno se tornava rochoso naquele ponto por isso a partir dali não havia árvores, somente uma, cujas raízes penetravam na rocha como se ela tivesse brotado da própria pedra, a árvore parecia uma amendoeira, seu tronco era grosso e tinha muitos galhos de alto a baixo, ao todo ela devia ter uns quinze metros de altura, estava a uns dez metros de nós. Nos aproximamos devagar enquanto J examinava a árvore com o olhar, ele coçou o queixo como fazia sempre que estava pensando, estreitou os olhos e falou:
- Esperem aqui, do alto eu posso ter uma visão melhor desse lugar, se eu demorar a voltar vocês sinalizam pedindo ajuda e vão me buscar.
Eu fiquei um pouco preocupado, se houvesse ali um ninho de pterodáctilos? Mas ele não esperou nenhuma objeção, subiu no galho mais baixo, que estava a meio metro de altura e pulou para outro sumindo entre as folhas em alguns segundos.
Meu coração acelerou, minha oportunidade surgiu, eu estava sozinho com Yuno, minhas mãos suavam, eu tinha pensado em várias formas de abordá-la, mas agora que o momento havia chegado minha mente estava em branco.
- Yuno.
Ela olhou ao redor atenta, deve ter imaginado que algum inimigo se aproximava, eu olhei para ela e continuei:
- Queria que você soubesse que eu gosto muito de você, mais do que como amigo.
Eu me forcei a dar dois passos na direção dela, ela então me olhou nos olhos, meu coração ia explodir a qualquer momento, me aproximei na intenção de beijá-la, mas ela abaixou a cabeça no mesmo momento. Parecia que alguém tinha me apunhalado no peito, ela não me deixou beijá-la afinal, como já tinha me aproximado muito apenas beijei trêmulo em sua testa e tive vontade de chorar, deu tudo errado.
Meu coração ainda estava acelerado quando ouvi um movimento atrás de mim, o inimigo surgiu numa hora péssima, eu estava amarguradamente de mau humor e adoraria fatiar alguma coisa, pior pra ele, saquei Kunasagi de forma selvagem me voltando para a origem do ruído, era J, Kusanagi tremia apontada para o peito do ancião, que percebendo que eu estava tenso levantou as mãos como que se rendendo e falou descontraídamente:
- Eu venho em paz.
Respirei fundo e baixei a espada, não podia descontar em J minha frustração, adoraria que fosse Belial, eu o teria triturado.
- Temos que voltar, disse J me trazendo de volta a realidade.
- Por que? Perguntou Yuno. Você achou alguma coisa?
- Não, mas os outros encontraram e acenderam o sinalizador, vamos ver o que acharam.
Eu estava fulo da vida, não me importava se acharam a fonte da juventude ou a caixa de pandora, eu queria bater em alguém. Voltamos com mais facilidade pelo mesmo caminho que abrimos na vinda e depois de alguns minutos eu vi, uma coluna fina de fumaça em direção ao céu, o sinal de Samir.
Caminhamos por mais meia hora até alcançar a outra equipe, quando chegamos eles estavam ao pé de um paredão de pedra, sentados em uma rocha olhando para o céu, minha expressão devia estar muito ruim por que Demétrius perguntou:
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O círculo da realidade
Science FictionMiguel é um garoto pobre da cidade de Salvador BA, no dia do seu aniversário de dezessete anos ele é recrutado para um grupo de adolescentes com habilidades especiais com uma missão impossível: mudar a história e salvar o futuro da humanidade. Lider...