Belial caminhava devagar, mesmo estando com pressa aquela cidade era sagrada, era um grave pecado causar qualquer alvoroço no lar dos Titãs, ao seu redor prédios prateados de trinta a quarenta metros, o chão também era prateado, a cor dos Titãs. Ele estava em Nitta, o planeta anão onde habitavam os senhores dos Crotos.
Os Titãs não gostavam de se relacionar com outras espécies, somente se deram a conhecer aos Crotos, e nem mesmo com eles interagiam muito. A presença de Belial ali deveria ser bem explicada ou ele sofreria as consequências, mas ele tinha um bom motivo para aquela visita.
O comandante Croto parou diante do palácio, o prédio mais majestoso do lugar, a única coisa dourada na paisagem, uma torre com mais de cem metros de altura de puro ouro, a porta de trinta metros de altura se abriu para ele, os Titãs sabiam que ele estava aqui, sempre sabiam de tudo.
Belial entrou com reverência e caminhou lentamente até chegar a um grande salão, ao seu redor doze grandes tronos dourados vazios, os Titãs eram simplesmente invisíveis, só se deixavam ser vistos por que eles quisessem e quando quisessem, pelo que Belial soube eles só foram vistos pelos primeiros Crotos há muitas eras atrás.
- O que o traz aqui Belial. Aquele era Saturno, o rei do Titãs, sua voz era melodiosa e soprada como o som de uma flauta.
- Meu senhor, disse Belial se ajoelhando e pondo as quatro palmas das mãos no chão em reverência, os humanos são uma ameaça, cada dia conhecem mais sobre o universo, logo serão tão fortes quanto nós.
- Há muitas eras nós conhecemos os Crotos, disse uma voz grossa feminina, vocês eram um bando de selvagens que mal controlavam o fogo, fomos pacientes com vocês, ensinamos tecnologias e conhecimentos que vocês nunca obteriam sozinhos, ensinamos nossa própria linguagem. O que devemos a vocês? O que nos importa se não conseguem subjugar seus inimigos?
Aquela devia ser Réia, a rainha Titã, ninguém sabia ao certo a relação entre ela e Saturno, alguns achavam que eram irmãos, outros marido e mulher.
- Eu venho em busca de um conselho minha senhora, disse o Croto.
- Continue, disse o rei.
- Eu tenho um sonho recorrente majestade, no meu sonho há uma batalha entre humanos e Crotos nas ruas da Capital Central. Os humanos caem em batalha, mas um deles me desafia. É um homem alto para os padrões humanos, sua pele é negra e ele luta com uma lâmina de metal.
O clima mudou enquanto Belial falava, mesmo sem ver a expressão dos ouvintes era possível perceber o que sentiam, no início desinteresse, depois curiosidade e por último apreensão.
- O humano não tinha a orelha esquerda, continuou Belial, e eu sabia que tinha sido eu quem a decepou, assim como eu tinha uma cicatriz no rosto e sabia que tinha sido ele quem a causou, éramos rivais de batalhas anteriores.
- Os sonhos podem ser portais para realidades alternativas, ou podem ser simplesmente sonhos, disse Saturno, onde você quer chegar?
- No meu sonho o humano arrancava minha cabeça meu senhor, o que isso significa? Que eles vão nos destruir?
- Têmis! chamou o rei. Portadora da visão, o que você acha?
- O sonho é real, disse uma voz de anciã, os humanos foram extintos e encontraram a redenção através de um só indivíduo, não são uma ameaça a nós, mas quanto aos Crotos, se insistirem em desafiá-los serão derrotados.
Belial não entendia aquilo, os humanos nunca foram extintos, e nunca venceriam os Crotos em uma guerra aberta, mas ele não ousava se opor ou discordar de um Titã.
Saturno por sua vez ficou interessado.
- Como podem ter encontrado redenção através de um indivíduo? Perguntou o rei.
- Os humanos são capazes de coisas inimagináveis, respondeu a velha.
- Caos! Chamou o rei. Vasculhe a terra, sonde os humanos e vejam do que são capazes, se não puderam contra você destrua aquele planeta.
Belial sorriu, os humanos não teriam chance contra um Titã, mas uma sensação fria e ameaçadora varreu o sorriso de seu rosto, um vulto se materializava ao seu lado e ele suspeitou que estava prestes a ver um Titã, do seu lado o vulto tomou forma de um homem, parecia um humano, mas era três vezes mais alto que um Croto, o homem carregava uma arma que mudava de forma, de uma lança para uma foice e por último uma espada, seus olhos completamente negros pareciam dois abismos sem fim, sua pele era morena e ele vestia uma túnica prateada igual à do Croto.
Quando falou sua voz parecia o som de pedras rolando sobre pedras, era o som de pura destruição.
- Se assim deseja o rei eu pesarei os humanos, disse Caos, e se forem achados em falta.. ...PERECERÃO!!!
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O círculo da realidade
Science FictionMiguel é um garoto pobre da cidade de Salvador BA, no dia do seu aniversário de dezessete anos ele é recrutado para um grupo de adolescentes com habilidades especiais com uma missão impossível: mudar a história e salvar o futuro da humanidade. Lider...