16 - Esperança

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Mundo dos mortos - Era indefinida

Eu corri pelo corredor de vidro chegando a um vasto salão, parecia uma versão um pouco menor do salão dourado, só que ali tudo era de vidro.

Yuno estava coberta de suas tatuagens tribais, manipulava com a mente cacos de vidro e os lançava contra alguma coisa, fiquei mais tranquilo em ver que ela não estava machucada, em um canto Samir portava uma pistola e cuidava do corpo inconsciente de J, sem sua habilidade e apenas com um braço para atirar o rapaz não estava em condições de atacar. Demétrius quebrava as paredes e pilastras de vidro em grandes blocos que ele lançava contra o inimigo, ele também estava bem.

Finalmente eu vi o inimigo e todo meu alívio evaporou, era um basilisco gigante, a parte que podíamos ver tinha uns quinze metros de altura, e ele era completamente branco com grandes olhos azuis e pupilas verticais.

Os cacos lançados por Yuno e Demétrius não causavam dano algum à criatura que cuspiu um jato de um líquido que parecia corrosivo e eles rolaram para o lado se desviando.

Eu aproveitei que a coisa estava distraída atacando eles e me esgueirei pela lateral, quando estava próximo o suficiente golpeei com Kusanagi, mas a pele da criatura era grossa e meu ataque não surtiu efeito, a cobra gigante apenas virou a cabeça em minha direção e cuspiu o ácido em mim, eu me escondi atrás de uma pilastra de vidro evitando ser atingido.

Yuno olhou em minha direção e sua expressão tinha certo alívio, mas a criatura investiu na direção dela que rolou para o lado. Eu alcancei Demétrius, precisaria da ajuda dele.

Todos nos escondemos atrás das pilastras, mas o monstro nos via através do vidro, Samir atirou na criatura, o que só fez desviar a sua atenção, então gritei a Demétrius:

- AGORA!

O rapaz me segurou pelas costas e me arremessou, eu fui parar no topo da cabeça da criatura, golpearia com Kusanagi nos olhos ou na boca, mas a cobra enlouqueceu, se sacudia de um lado para outro, eu me senti como um peão de rodeio. Enquanto eu tentava me manter na cabeça da criatura, Yuno se concentrava ainda mais ao lançar os cacos de vidro evitando que me atingissem, Demétrius abraçou o corpo da criatura tentando derrubá-la.

Um dos cacos lançados por Yuno atingiu o interior da boca da criatura, ela parou de sacudir a cabeça e olhou diretamente para a garota, sua boca estava perigosamente próxima de Yuno, minha nuca formigou, o basilisco cuspiu e ela não conseguiria desviar.

- NÃO! Eu gritei sem reação.

No último momento Demétrius se jogou na frente do jato do líquido que respingou na direção de Yuno e a menina caiu com as mãos no rosto. Eu pensei que Demétrius fosse derreter ao contato com aquele fluido, mas ele abraçou a cara da criatura e a esmagou com as próprias mãos.

O basilisco tombou bruscamente e eu caí de sua cabeça, com o peso da criatura algumas pilastras racharam, eu me levantei e corri para Yuno que gemia com as mãos cobrindo o rosto. Pensei em lavar o rosto dela, mas não havia água em lugar algum ali, quando finalmente ela tirou as mãos do rosto seus olhos estavam completamente brancos e sem vida.

- Não consigo enxergar, disse a garota aterrorizada.

- Nós vamos dar um jeito, você vai ficar bem. Eu disse e a abracei, ela chorou desesperadamente em meus braços.

Enquanto isso Demétrius parecia congelado no lugar, Samir se aproximou e perguntou:

- Você está bem?

- Acho que não, não consigo me mexer.

Era o veneno que estava fazendo efeito, quando reparamos as pernas do rapaz elas estavam se transformando em vidro.

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