Força do Destino [Ranu]

Familiar

-- Amor? - o quarto estava vazio e o barulho do chuveiro já era escutado. Rafa estranhou. Manu nunca era tão rápida assim para entrar no banho. Elas já discutiram várias vezes por conta disso. -- Manu? - chamou da porta. A mão tentando girar a maçaneta e a encontrando trancada.

-- Tá se sentindo bem? - ela ouviu a noiva perguntar e sorriu pra si mesma ao pensar na pequena como sua noiva de forma tão natural.

-- Tô! - ela limpou a voz embargada por uma emoção que a preencheu de repente. -- Você? Tá tudo bem? - alguns segundos de silêncio, o suficiente pra Rafa soltar um leve suspiro imaginando o que poderia ter deixado Manu tão desconfortável.

-- Porque não descansa um pouco? Logo saio do banho.

Rafa de afastou da porta um pouco. Ao menos ela havia respondido alguma coisa, embora a pergunta tenha sido ignorada.

-- Porque trancou a porta, amor?

-- Rafa? - a maior sentiu o tom da outra um tanto frustrado. -- Nós falamos sobre isso já já...

Rafa revirou os olhos e deitou na cama, o teto parecendo extremamente interessante enquanto seu pensamento corria e o peso do dia se fazia presente em seu corpo.

Ela sabia que havia convidados na casa, mas apesar da saudade da família e da vontade de aproximar todos de uma vez por todas, ela optaria mesmo é por ficar na cama se pudesse.

Esse pensamento a fez questionar a si mesma: o que ela tinha feito de errado dessa vez? Porque Manu ficou daquele jeito?

-- Tem certeza que tá se sentindo bem? - a voz próxima de Manu a assustou. Ela estava tão perdida em pensamentos que não se deu conta de que havia passado algum tempo desde que deitou. -- Tô tentando chamar a sua atenção tem tempo...- o tom com uma leve preocupação, ja conhecida. -- Tá sentindo alguma dor, linda?

Rafa negou rapidamente. Os olhos de Manu a analisando implacavelmente.

-- Pra ser honesta, tô um pouco cansada e meio enjoada, mas nada demais. - Manu suspirou e andou em sua direção com o semblante preocupado.

A menor sentou ao lado de Rafa, ela vestia apenas uma lingerie, mas tinha o semblante tão compenetrado no seu bem-estar que Rafa sequer conseguiu maldar a ação e a ausência de roupas.

Manu colocou a mão no seu rosto, checando a temperatura e fazendo um breve carinho. Rafa sorriu e segurou a mão da noiva.n

-- É por isso que eu não queria viajar no mesmo dia do procedimento. - sua voz estava tensa. -- Deveríamos ter esperado mais, isso foi irresponsável.

A de olhos verdes levou a mão da menor até a boca e beijou algumas vezes.

-- Eu tô bem, meu amor. - Manu a olhou desconfiada e Rafa sorriu. -- Eu juro! É só um cansaço maior. Só isso.

-- Tudo bem...- suspirou.

-- Deita aqui comigo um pouco? - a menor se esticou e deu um beijo carinhoso na sua boca. Rafa não podia evitar o alívio pela tensão ter se dissipado.

-- Porque não vai tomar um banho? - Manu perguntou. -- Colocar uma roupa mais confortável pode te fazer bem. Depois a gente pode descansar juntas. - a mais alta negou. Um sorriso grande iluminando seus olhos. Como não se apaixonar pelas simples e sinceras atitudes cuidadosas de Manu?

-- Quero ficar aqui. - e puxou Manu para perto.

A menor resolveu ceder e deitar ao seu lado. Rafa enfiou o nariz no seu pescoço imediatamente.

-- Amo seu cheiro. - a de olhos verdes disse e a outra riu enquanto Rafa respirava o aroma gostoso e recém banhado. Ela realmente amava aquele cheiro...e aquela risada. Ela amava demais praticamente tudo sobre Manu. -- Cê tá brava comigo?