Eu não sei o que eu tinha na cabeça quando topei isso. Mal saí do banho e tem suor escorrendo na pele. Caminho de um lado para o outro, inquieta. Não é tão fácil assim ou eu já teria tido outra oportunidade como essa antes. Meu pai vai descobrir, eu nunca mais vou para a faculdade e, sei lá, ele vai arrumar um homem esquisito para eu casar.
Meu Deus, isso é possível?
Não, de qualquer forma, eu ainda posso me matar se tudo der errado.
— Desculpa mesmo incomodar — repito pela milésima vez enquanto Lissa vasculha o armário.
É difícil encontrar algo que sirva em mim quando todo mundo que mora aqui é mais baixo e magro comparado a mim. Sei que usar minhas roupas é ter certeza que eu irei passar a noite me torturando e desconfortável, então realmente preciso que ela encontre algo.
Eu experimento mais dois vestidos antes dela encontrar uma saia que fique mais confortável. Ela ainda é curta, mas pelo menos não está me sufocando. Bom, eu só preciso torcer para meus pais não terem nenhuma intuição sobrenatural sobre "filhas recatadas com saias curtas" ou irei encontrá-los mortos na sala quando voltar.
Ela me maquia, mas não me sinto tão confortável, o que resulta em uma versão mais simples com gloss e brilho nas bochechas. Para voltar ao quarto de Maitê, caminho pelo corredor meio encolhida como se alguém a mais estivesse vendo. Todos os meus antepassados, talvez.
— Maitê? — Abro uma fresta da porta, mesmo que ela tenha pedido para entrar de uma vez.
— Arranjou alguma coisa? — pergunta ao terminar de abrir a porta.
Ela me olha de cima a baixo antes que eu responda.
— Tá bonitona, doutora. — Sorri de canto e eu noto que a sua camisa ainda está completamente desbotoada.
Preta, manga curta e pequena comparada a que ela usa na faculdade. Ainda sim, não mostra um pedaço da barriga como a blusa que uso — não quando estiver fechada. O cabelo está jogado para trás e ela usa um perfume... amadeirado?
— Você também está — comento, um pouco atrasada.
Ela ri.
— Confortável com isso aí? — Traz o assunto para as minhas roupas novamente.
— Contato que meus pais nunca vejam, tá tudo bem — respondo e sento na cama.
O quarto de Maitê é confortável, bonito e minimalista. Mesmo que ela já tenha feito questão de dizer que foi um acordo na justiça com o pai rico e que não tem tanta condição quanto parece, ainda fico maravilhada: é um apartamento de luxo.
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Nós em Nós ⚢
RomanceATENÇÃO: Essa é uma história poliamorosa, lésbica e +18. Possui conteúdo sexual, incluindo práticas de BDSM. Para saber mais, consulte o primeiro capítulo. Maitê nunca ousaria dizer em voz alta, mas tem alguém tirando seu fôlego nos últimos meses. P...