Quando você prova algo diferente e descobre que é bom, voltar para o mesmo de sempre se torna terrível.
É o que sinto nos primeiros dias: estar sozinha é muito pior do que antes. Parece que poucos dias foram o suficiente para eu desaprender como é se sentir isolada do mundo. Que ridículo, eu sempre fui assim. Nunca fui cativante o suficiente para as pessoas se esforçarem para ser meus amigos na adolescência, com todos os limites que meus pais me davam. Nunca tive uma expectativa de mudar isso, mas quando mudei... eu me agarrei com toda a força do mundo.
O resultado é óbvio: o baque é pior. Com diferencial de "eu fui um monstro com a única pessoa que se dispôs a me fazer companhia", algo que não sai da minha cabeça desde que comecei a ignorar Maitê. Acho que ela me odeia ou eu me odeio por ela.
Estar sozinha é ruim, mas pior do que isso é quando Lira e suas amigas me puxam para perto. Renata, quem descobriu tudo, parece um sanguessuga me observando todas às vezes que estou por perto. Parece querer ler minha mente, como se soubesse que eu estou sentindo falta das minhas antigas companhias como uma viciada.
Queria poder ser eu mesma. Ou pelo menos ter feito coisa o suficiente antes de ser sufocada de novo. Jesus, eu nem fiz nada.
— Oi, será que eu posso sentar aqui?
Estou sentada lendo pela milésima vez a mesma página de um livro de Direito Civil. É apenas um meio de não interagir tanto com o resto da mesa, enfiada com a cabeça no livro. Mas quando ouço a voz, é impossível não levantar o rosto e encontrar Catarina sentando antes mesmo de receber autorização.
Ela nunca mais falou comigo desde o banheiro, respeitou o meu pedido, então é difícil acreditar que ela está aqui. De propósito. As meninas se entreolham, observando a cara de pau de Catarina de colocar a mochila em cima da mesa enquanto puxa o zíper.
— Espero que eu não esteja incomodando — diz, sabendo que está incomodando.
Tento não ser expressiva, mas a minha maior vontade é perguntar o que ela está fazendo aqui.
— Vem, Alexia. Vamos embora. — Lira diz, percebendo que não estou sintonizada com a troca mental de informações entre elas e as amigas.
Eu acato como um cachorrinho, colocando as coisas na minha mochila de qualquer e evitando contato visual com Catarina. É difícil, a última coisa que vejo é a careta que ela faz ao nos ver sair.
— Eu falei para você que não deveria dar moral para gente desse tipo. — Lira diz e Renata semicerra os olhos na minha direção.
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Nós em Nós ⚢
RomantizmATENÇÃO: Essa é uma história poliamorosa, lésbica e +18. Possui conteúdo sexual, incluindo práticas de BDSM. Para saber mais, consulte o primeiro capítulo. Maitê nunca ousaria dizer em voz alta, mas tem alguém tirando seu fôlego nos últimos meses. P...