13 - alexia

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A primeira lágrima escorre quando eu fecho a porta do banheiro

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A primeira lágrima escorre quando eu fecho a porta do banheiro. Estou com vergonha de mim mesma. Por ter achado que seria uma boa ideia ir em uma festa, por tentar beijar Maitê, por... falar aquelas coisas para Catarina. Por sentir raiva de ter sido deixada sozinha pelas duas e ter achado que seria uma boa ideia sair sozinha do salão.

Quando eu desabotoou a saia, ainda me esforço para não cair no choro. Esfrego a palma da mão no rosto, respiro fundo. A Maitê não está errada. Ter que ser minha babá é cansativo, eu sou estressante. E burra, uma idiota. Levanto a camiseta com sutiã e tudo para agiliza, mas não consigo mais.

As lágrimas não param, eu cubro meu rosto apoiada na pia porque meu próprio reflexo está me envergonhando.

Alexia, o que foi que você pensou? Burra. Burra. Burra. Aposto que as duas devem estar rindo de mim agora.

A madeira da porta vibra com três batidas. A maçaneta gira sutilmente e uma fresta minúscula se abre.

— Posso entrar? — Catarina pergunta.

Separo os lábios para responder, mas não consigo.

— Quero conversar com você. Posso?

Procuro a camiseta e cubro os seios antes de abrir mais como resposta. Mas isso não importa, já que assim que ela entra e fecha a porta, tudo o que faz é me puxar para si em um abraço.

— Ei, não chora. — Catarina murmura. — Essas coisas acontecem.

Ela limpa meu rosto com cuidado.

— Todo primeiro porre é assim. — Alisa minha bochecha. — Respira fundo. A Maitê deve estar tão bêbada quanto você.

Ela desliza a mão pelas minhas costas, me confortando enquanto continua abraçada em mim. Quando se afasta, encosta na porta e cruza os braços, fixando o olhar em mim. Um sorriso sereno no rosto enquanto espera que eu me recomponha.

— Então você gosta da Maitê? — pergunta e eu me arrependo de tê-la deixado entrar. — Calma, a gente ainda se conhece muito bem, mas eu não sou esse tipo de pessoa. Só estou me sentindo meio burra por não ter relacionado seu interesse em uma universitária rabugenta com tesão. Uau, agora faz sentido.

Desvio o olhar.

— Se tivesse me dito antes, eu teria ajudado — completa.

— Esquece isso.

Ela dá dois passos à frente. Se inclina em minha direção e aproxima seu rosto da minha orelha esquerda.

— É aqui que você escuta melhor?

Os olhos saltam, meu coração acelera.

— Docinho, você não é minha caloura favorita à toa. A gente vai resolver seu problema. Todos o que você quiser — diz a última frase mais baixo. — Levei nossa conversa na mesa como um blefe, mas... depois de hoje, se você trazer o assunto à tona de volta...

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