6 - Saindo do Mundinho

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Dayane Pov 

Dei meu máximo para chegar mais cedo na sexta de manhã, mas como fui dormir tarde cheguei muito perto do sinal bater. Mandei uma mensagem para Carol perguntando se ela já havia chego e por onde estava para nos encontrarmos antes da aula começar, apesar de faltar apenas alguns minutinhos. Enquanto isso me aproximei dos nossos amigos os cumprimentando e estranhando não ver Carol com eles.

- Antes que pergunte, ela ainda não chegou. - Luísa comentou depois que eu dei oi.

Apenas concordei com a cabeça checando meu celular mais uma vez, Carol não era de se atrasar, mas quando se atrasava, ela me avisava.

Foram apenas alguns minutos a mais e meu celular vibrou, era ela. Me dizendo para encontra-la nas arquibancadas. Me despedi de nossos amigos e comecei a caminhar para o ginásio.

A porta já estava aberta quando cheguei nela, então apenas apressei o passo encontrando a ruiva debaixo das arquibancadas onde sempre nos víamos.

- Ei! - Sorri feliz por ter dado tempo de vê-la.

- Eu demorei hoje. - Carol fez um biquinho que eu tratei de beijar. - Mas em minha defesa, cometi uma loucura.

- O que você fez? -Perguntei rindo enquanto Carol arrumava minha gravata do uniforme.

- Sério, vou te ensinar a dar um nó nisso. - Ela riu antes de me responder. - Contei para o Renan.

Engasguei imediatamente com sua revelação, estávamos saindo do nosso mundinho mais rápido do que eu imaginava.

- Como assim? - Foi tudo que consegui formular.

- Foi até por isso que me atrasei. O Renan chegou hoje de manhã de Londres, vai passar as férias aqui e ele estava comentando como a empresa do papai está na luta para fechar contrato com uma linha aérea que a empresa do seu pai também está.

Concordei com a cabeça ainda não entendo o que isso tinha a ver com a gente.

- Eu sei, parece que não tem nada ver com a gente. - Ela leu minha mente. - Mas acontece que a história caiu na mídia e agora tem um monte de gente que não sabe nada sobre negócios comentando. O horário que você saiu ainda estava tranquilo, mas quando Rafa veio me deixar aqui tinha tanto repórter na entrada do condomínio que levamos 20 minutos só para conseguir sair dela.

Aquilo não era bom para nós, mais mídia significava mais cuidado e mais cuidado significava menos saídas de madrugada, menos encontros, menos tudo.

- Tá, isso não é muito vantajoso para nós. - Comentei, apesar de Carol e eu não estarmos  nem perto de assumir as empresas de nossos pais, todos tinham plena noção do nosso interesse na área o que fazia com que perguntas que deveriam ficar apenas para os nossos progenitores também viessem até nós. - Mas ainda não entendi como no meio disso tudo contou para o Renan.

- Tomamos café da manhã só nós três, Rafael é um boca grande e comentou que eu deveria me ligar então, Renan perguntou o motivo e eu resolvi contar. Se ele não fosse legal pelo menos o Rafa estava ali.

Concordei com a cabeça entendo sua lógica e ficando feliz de ver que Carol nos levava tão a sério quanto eu.

Confesso que de tempos em tempos eu ainda me pegava com medo de que ela desistisse de tudo e fosse ficar com alguém mais fácil e dada a nossa situação, acho que qualquer pessoa seria mais fácil.

- Isso significa sem saidinhas de madrugada? - Perguntei, a puxando para perto de mim.

- A gente pode se encontrar na sua casa. - Ela respondeu passando seus braços por meus ombros.

- Meus pais voltam de viagem semana quem vem. - Suspirei.

- Acho que até lá essa poeira já baixo né? - Me distraí momentaneamente com seu carinho em minha nuca.

- Uhum. - Foi tudo que respondi antes de me abaixar mais e deitar minha cabeça em seu ombro. - Estou pensando em contar para Fernanda.

- Sério? - Senti a tensão em seu corpo, mas ela continuou com sua carícia.

- Sério, a gente não vai pra LA na viagem de formatura? - Carol concordou com a cabeça. - Fernanda mora lá, queria que ela te conhecesse.

- Você acha que ela vai levar numa boa?

- Claro, não contei antes porque não queria que você se assustasse.

- Estamos realmente saindo do nosso mundinho, huh?

- É... Você não gosta? - Me afastei para olhar em seus olhos.

- Até agora eu estou amando. - Ela sorriu, procurei dúvidas em seu olhar, mas Caroline falava sério. - Pare de procurar dúvidas em mim, Day. - Carol fez um carinho em meu rosto. - Eu estou certa do que estou fazendo.

- Desculpa. - Pedi envergonhada. - Eu só fico com medo as vezes.

- Eu sei, mas não duvida do amor que tenho, é imenos e diz tanto de mim.... - Me deu um selinho. - confia em mim, tá bom? Se ficar muito assustador eu te conto.

Concordei com a cabeça deixando que Carol me puxasse para um beijo, sabia que faltava pouco para o sinal bater então tentei ao máximo aproveitar o momento.

Estava receosa com o percurso que nossos encontros tomariam agora, sabia que seria mais arriscado, mais curtos e menos frequentes, mas se Carol estivesse comigo, passaria por todos eles de cabeça erguida.

Curtinho apenas para não deixar vocês sem nada :)

Inevitável - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora