13 - A Última Esperança

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Caroline Pov

Faziam apenas algumas semanas que tudo aconteceu, o acidente, meus pais descobrindo sobre Day e eu, o pai da Day descobrindo sobre nós e desde então eu ainda não havia conseguido ver a morena. 

Apesar de Day já ter recebido alta do hospital, ela não estava indo para escola, eu não sabia o porquê já que não conseguia falar com ela e nem Selma, minha namorada simplesmente havia tido seu telefone confiscado e eu não tinha ideia do que poderia ter acontecido com a minha sogra. 

E eu até gostaria de poder escapar de casa para ir bater na porta dela, mas desde que nosso relacionamento havia sido revelado para os meus pais, os dois estavam se revezando em manter o olho em mim, basicamente da escola para casa e de casa para a escola.

Fazia uma semana que eu não tinha noticias de Day e eu já estava quase descendo pela janela do oitavo andar. 

- Carol? - Escutei batidas e a voz do meu irmão do outro lado da porta. 

- Entra, Rafa. - Gritei da minha janela, passava um bom tempo ali na esperança de que Day descesse e eu pudesse vê-la. 

- Nada ainda? - Ele perguntou me vendo na janela.

- Não, acha que ela ainda está de repouso? - Me virei para ele.

- Pode ser, tem só três semanas. - Rafa puxou a cadeira da minha escrivaninha e se sentou ao meu lado. - Conseguiu falar com sua sogra?

Neguei com a cabeça soltando um suspiro em seguida, até ligar para Selma eu já tinha ligado. Só não fui atrás da Fernanda porquê não tinha seu número. 

- Eu sinto muito, tampinha. 

- Eu acho que ela está bem. - Comentei me voltando para janela, estava me sentindo a Bella em Lua Nova. - Só fico ansiosa, me acostumei a ter a Day por perto mesmo quando estávamos distantes e ter ela "arrancada" de mim assim é ruim. 

- Eu não aguento mais te ver nessa situação, não sei mais o que dizer para o papai e a mamãe. - Rafael, muito mais paciente que eu, vinha tentando colocar algum senso em meus pais e faze-los pelo menos entender que não tinha nada que pudessem fazer. Se eu queria estar com a Day, eu estaria. 

- Essa não deveria ser sua tarefa, Rafa. Mamãe e papai deveriam priorizar nossas felicidades acima de uma empresa. 

- Nós sabíamos que seria assim, de qualquer forma. 

- Eu sabia, só não esperava que minha namorada estaria se recuperando de uma batida de carro né?! Porra, chega a ser homofobia um negocio desses. - Brinquei tentando aliviar nossa conversa.

- E onde tem gay tem paz? - Rafael devolveu rindo.

- Claro que não. - Respondi. 

Ficamos em silencio novamente, Rafa estava sendo um grande apoio nos últimos dias, honestamente ele era minha última esperança de sair daquele lugar e eu estava louca para sugerir algum plano de fuga com ele, mas não queria coloca-lo em encrenca com meus pais. 

- Eu estive pensando em uma coisa. - Meu irmão chamou minha atenção novamente. 

- Diga. 

- E se a gente saísse um pouco? Só pra você respirar um ar diferente desse quarto, acho que se o papai e a mamãe souberem que é comigo, eles relaxam. 

- Será? Eles sabem que você me apoia e você sabe como o papai pode ser paranoico. 

- Confia em mim. - Ele piscou um dos olhos se levantando. - Esteja pronta hoje a noite, tá?

- Tá, mas para onde vamos? 

- Isso é uma coisa para decidirmos mais tarde, só não atrase. 

Concordei com a cabeça e Rafael deixou um beijo em minha testa antes de sair do quarto, fiquei na janela por mais alguns instantes, mas levantei quando me lembrei que precisava arrumar minha mala para a viagem de formatura. 

Inevitável - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora