8 - Ignora

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Carol e eu passamos a maior parte da tarde no meu quarto, não necessariamente fazendo o trabalho. Nos perdemos algumas vezes nos beijando ou apenas conversando, mas agora estávamos mesmo prestando atenção.

- Day, se eu fosse você sumia com a Carol por agora. - Fernanda avisou depois de bater na porta de meu quarto. - Papai e Mamãe acabaram de me avisar que estão vindo para casa com pizza.

Apenas concordei com a cabeça e agradeci esperando que ela fechasse a porta atrás de si para olhar para Carol.

- Odeio isso. - Admiti.

- Eu também. - Ela suspirou, sua cabeça em meu ombro.

Era sempre uma merda ter que fingir que odiava Carol ou ter que me manter distante apenas por conta de uma rixa ridícula que nossas famílias tinham. Queria poder trazer Carol para minha casa sem me preocupar, apresenta-la para os meus pais e o script inteiro. 

- Amanhã nós continuamos isso? - Carol perguntou se levantando. 

Acompanhei seus movimentos com o olhar, o tanto que Caroline me hipnotizava chegava a ser idiota. Concordei com a cabeça me levantando e trancando a porta.

- Day? - Carol riu após me ouvir passar a chave. - Eu tenho que ir embora sua maluca. 

- Daqui um tiquinho, me da um beijo antes. - Segurei sua cintura com força. - Cê tá tão linda.

- Você vai meter a gente em confusão. - Ela avisou, mas já se rendendo e me puxando para si.

Sorri em meio ao nosso beijo, Caroline largou suas coisas no chão antes de ir caminhando para trás se jogando em minha cama e segurando minha camisa para que eu ficasse por cima, minha perna no meio das suas, seus beijos descendo para o meu pescoço, tudo muito bom para ser verdade. 

- Day, nós chegamos! - Ouvi batidas na porta seguidas da voz de minha mãe.

Carol se separou de mim abruptamente, bom, pelo menos iriamos arrancar o band-aid de uma vez.

- Eu te falei, sua cachorra! - Caroline me deu um tapa no braço me empurrando de cima de si.

- Você também não lutou muito. - Me defendi emburrada. 

- Você me paga, Dayane. - Carol reclamou em frente ao espelho do meu quarto tentando melhorar seu cabelo bagunçado e a vermelhidão de sua boca. 

- Amooor. - Fiz manha indo para perto de Carol, vi um sorrisinho nascer em seus lábios, era a primeira vez que eu a chamava assim. 

- Para de tentar me derreter, sua malandra. 

Novamente minhas mãos foram até sua cintura a encarando através do espelho.

- Você é meu amorzinho. - Sorri boba lhe dando um beijinho no ombro.  - E nós temos duas alternativas, você pode ficar aqui escondida até todo mundo dormir ou, você pode sair comigo agora e avisamos do trabalho.

- Eu preciso ir para casa. - Ela fez um biquinho. - Olha, o que quer que seus pais digam, não me defende tá? Só ignora. 

- Mas, amor...

- Eu sei, não é legal. - Ela se virou para mim olhando nos meus olhos. - Mas a gente vai estar se vendo muito esse semestre e a não ser que você queira contar para os seus pais nos próximos três meses que estamos juntas, a gente precisa manter a pose de que não nos suportamos. 

- Meu Deus, só de ódio assim que eu assumir essa empresa eu faço questão de fazer uma parceria com a sua. - Reclamei. - Quero ver gerações de Limas se revirando no tumulo por toda essa tortura que me fizeram passar.

Inevitável - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora