12 - Inconsequente

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Já disse que eu fico muito feliz quando vocês comentam?

Dayane Pov 

Acordei com a estranha sensação de ter sido atropelada por uns cinco caminhões, minhas pernas estavam doloridas, meu braço esquerdo imobilizado por algum motivo e ainda tinha um barulho irritante de bip bip no fundo. 

- Carol? - Chamei pela minha namorada tentando abrir os olhos, mas a luz forte me fez os fechar novamente. 

- Day! Meu Deus, Day! - Logo ouvi a voz de minha mãe me chamando e eu virei meu rosto em sua direção. - Graças à Deus você acordou, filha. 

Minha mãe envolveu seus braços ao meu redor com extremo cuidado, finalmente pude reconhecer o ambiente, estava em um quarto de hospital. O que diabos havia acontecido?

- O que aconteceu? - Perguntei com dificuldade, minha garganta estava seca. 

- Poupa sua garganta, filha, vou chamar o médico e te explico enquanto isso. 

Apenas concordei e esperei impaciente enquanto minha mãe chamava uma enfermeira ou um médico, eu sei lá, eu só queria saber onde estava Caroline e se ela estava bem já que eu claramente estava prejudicada. 

- Mãe, cadê a Carol? - Perguntei com esforço novamente. 

Minha mãe suspirou antes de puxar uma cadeira e se sentar perto de mim, fiquei tensa imediatamente coisa boa não vinha. 

- Você e a Carol sofreram um acidente, estavam saindo da garagem do prédio quando um carro veio pelo cruzamento e catou o seu carro. Antes que se preocupe, Carol está bem. Na verdade, bem melhor que você. - Ela segurou minha mão. - Ela apenas levou alguns pontos na testa e na mão. Aparentemente o seu airbag não estava muito bom, mas o dela estava. 

Não falei nada, me sentindo aliviada de saber que Carol estava bem. 

- Já você, fraturou um braço, pontos na testa, e uma luxação na perna esquerda. - Minha mãe continuou. - Mas, não se preocupe, o doutor Roger disse que você ficará boa logo, só precisa de repouso absoluto e tomar as medicações certinhas. 

- Eu quero ver a Carol, mãe. - Pedi, meu coração apertado, tinha mais coisa e minha mãe não estava me contando. - Eu sei que tem mais aí no meio. 

- É... Os pais da Caroline não ficaram nem um pouco felizes com o acidente, como você pode imaginar. - Ela suspirou. - Carol queria te ver filha, mas além dos pais dela tem o seu pai que terminalmente proibiu a entrada dela no seu quarto. Diz ele que com certeza ela te distraiu e por isso você não viu o carro, já os pais da Caroline alegam que você é uma inconsequente que poderia ter matado a filha deles... Queriam abrir um B.O e tudo, mas Caroline não deixou. 

Senti pequenas lagrimas se formando em meus olhos, me perguntei se nossos pais sabiam sobre nós ou se eles apenas achavam que estávamos resolvendo problemas do trabalho. 

- Carol contou sobre vocês para os pais dela, foi um dos motivos pelo qual quiseram abrir o B.O, mas ela os impediu e agora estamos mantendo contato... Ela já teve alta, está em casa, mas a situação lá parece até mais tensa que antes. Seu pai não sabe, não achei que cabia a mim entrar nesse assunto.

- Mãe, eu preciso ver a Carol. - Pedi já me rendendo ao choro. - Eu prometi que estaríamos juntas, a gente prometeu! 

- Eu sei, meu amor, mas o que eu posso fazer? A única coisa ao meu alcance é controlar o seu pai e acredite, está tem sido uma tarefa difícil.

- Por favor... Por favor, mamãe. - Me permiti chorar.

Eu mal conseguia imaginar pelo que Carol estava passando e eu queria gritar com os pais dela e meu pai toscos que não viam que nossas vidas iam além das merdas de suas empresas e lucros. Minha mãe apenas me deixou chorar em seu colo, não haviam palavras para aquele momento. 

Inevitável - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora