Caroline Pov
Estava a vinte minutos tentando achar uma boa roupa para ir almoçar com Dayane e seus pais, já tinha experimentado de tudo, mas nada parecia bom o suficiente. Estava nervosa, eu sabia que Selma gostava ao menos um pouco de mim, mas todos os terrenos que envolviam César eram novos e desconhecidos.
- Assim você vai se atrasar, filha. - Minha mãe me avisou no batente da porta do meu quarto.
- Não vou mais, não tenho roupa! - Me joguei na cama.
- Claro que tem, Caroline. - Minha mãe riu entrando de vez no quarto. - Esse armário está quase explodindo de tanta roupa.
- Mas não tem nada aí que grita "Não me odeie, eu sou legal"! - Bufei.
- Vamos, vou te ajudar a escolher algo.
Meus olhos instantaneamente lacrimejaram, tudo bem, eu era muito emotiva e tendenciosamente chorona, mas dado todos os acontecimentos anteriores não conseguia sequer imaginar uma realidade onde minha mãe ajuda a escolher uma roupa para ir almoçar com Day e os Limas!
- Carol? Por que está chorando? - Minha mãe se aproximou segurando uma de minhas mãos. - Eu disse algo errado?
- Não, mãe... É só que... Você sabe. - Dei de ombros limpando as pequenas lagrimas teimosas.
Minha mãe sorriu terna, ela sabia.
- Eu sei, nós te amamos ok? Agora levanta, você tem um sogro para conquistar.
Me coloquei de pé ao seu lado e tratamos de escolher algo que ao menos eu achasse legal. Quinze minutos mais tarde eu estava batendo na porta de minha namorada com um sorriso nervoso no rosto e as mãos suando frio.
- Oh, querida! - Selma abriu a porta e logo me puxou para um abraço. - Que bom te ver, entre, Dayane está arrumando a mesa.
Foi o tempo de eu colocar os pés dentro do apartamento que Claire logo apareceu passando pelas minhas pernas, me abaixei para segura-la um pouco.
- Acho que Claire sentiu mais falta de você do que sente da gente. - Selma brincou e logo eu tive visão de Day ao fundo da sala arrumando a mesa.
Minha namorada deve ter sentido meu olhar em si já que logo se virou para mim com um grande sorriso no rosto, largando tudo que fazia e vindo até mim em passos largos.
- Oi. - Sorri tímida, talvez por ter sua mãe bem ao nosso lado assistindo toda nossa intereação.
- Oi. - Sorri igual, deixando Claire no chão.
- Vou checar o almoço, meninas. - Minha sogra sorriu logo dando um jeito de sair dali. - César a Carol chegou!
Day aproveitou nosso momento sozinhas para me puxar pela cintura e me dar um beijo lento.
- Tem certeza que não estamos em perigo ao fazer isso? - Sussurrei, meus lábios colados nos seus.
- Tenho, amor. - Ela apertou minha cintura. - Você está linda.
- Não mais que você. - Devolvi me afastando um pouco. - Meu Deus, como somos gays.
Caímos na risada na nossa pequena bolha, quase esqueci o quão nervosa estava. Quase.
- Uhm, licença. - A voz de César surgiu, travei onde estava e Day se virou rapidamente.
Diferente de todas as vezes que já havia o visto, César estava surpreendentemente despojado usando bermuda e camiseta, um chinelo nos pés e um sorriso sem graça, mas amigável, no rosto.
- Está na mesa! - Selma chamou, mais uma vez nos salvando.
Me sentei ao lado de Day e Selma, o clima um pouco estranho, mas mais ameno do que nas vezes anteriores.
- Então... - César pigarreou. - Vocês gostaram de LA?
Sorri pequeno com sua tentativa de puxar assunto, ele estava se esforçando.
- Foi legal, pai. - Dayane deu de ombros. - Deveríamos ir ver Fernanda nas próximas férias.
- Oh, é verdade, Day comentou que nunca tinha ido antes. - Me intrometi. - Fiquei bem supresa.
- Tem um bom tempo que não viajamos sem ser a trabalho. - César suspirou. - Mas, pretendemos mudar isso. Está convidada caso queira vir, Carol. - Ele sorriu.
Encarei Dayane apenas para ter certeza que estávamos ouvindo as mesmas coisas, mas logo tratei de agradecer e dizer que adoraria ir.
- Até porque era capaz de Olivia vir andando sozinha até São Francisco para buscar a Carol se aparecêssemos lá sem ela. - Day brincou.
- Olivia gostou tanto assim de você? - Selma perguntou com um sorriso.
- Claro, né mãe. - Minha namorada respondeu por mim. - Ela tem bom gosto igual eu.
Foi impossível ficar séria com a resposta da morena, soltei uma risadinha revirando os olhos.
- Dayane perdeu o posto de tia legal. - Provoquei.
- Mentirosa! Eu só sou a tia um pouco menos legal que a tia Carol, mas o Tomtom me ama. - Ela me deu língua.
- Você é um sonífero para o menino! - Rebati.
- O que prova que ele se sente seguro comigo!
O resto do almoço se seguiu tranquilo, César pode conversar bastante comigo e foi legal ser chamada pelo nome pela primeira vez. Mais legal ainda ser bem tratada na casa da minha namorada, mesmo com seus pais estando lá.
Mas foi quando César me chamou para um cantinho enquanto Day ajudava Selma a tirar a mesa que eu fiquei nervosa.
- Não fique nervosa. - Ele sorriu enquanto nos sentamos na varanda do apartamento.
- Não estou. - Menti.
- Está sim. - Ele riu. - Mas tudo bem, não vou te mandar correr daqui nem nada assim. - Suspirou. - Apenas queira te pedir desculpas, sabe? Eu imagino que Day já tenha feito um pouco disso por mim, mas convenhamos, eu fui babaca! O mínimo que posso fazer é te pedir desculpas propriamente.
- Eu... Não estava esperando isso. - Fui honesta. - Mas obrigada.
- Prometo solenemente te chamar apenas pelo nome agora. - Ele brincou com um sorriso. - A não ser claro, que prefira que eu te chame de norinha.
Nós dois rimos e no mesmo instante minha namorada apareceu atrás de nós com um semblante preocupado, olhei em seus olhos no mesmo instante a deixando saber que estava tudo bem e pude ver seus ombros relaxarem. O sol começava a se por, tornando o céu num tom alaranjando bonito.
- Vou deixa-las aqui e ir atrás de Selma, fiquem a vontade meninas.
César se levantou deixando nos duas sozinhas, Day puxou a outra cadeira para mais perto de mim procurando minha mão em seguida.
- Foi tudo bem, né? - Perguntou, nós duas observando o céu.
- Até que foi. - Apertei sua mão e deitei minha cabeça em seu ombro. - Pronta para o round dois?
- Com você? Até para o round três. - Ela brincou.
- Vamos torcer para isso não ser necessário. - Devolvi rindo com ela.
Ainda ficamos mais uns instantes ali, antes de Day se levantar e me chamar para ajuda-la a se arrumar para o jantar em minha casa. Ainda teríamos uma parte dois naquele dia.
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Inevitável - DAYROL
FanfictionOlá, bem vindes a fanfic mais clichê e leve que vocês já leram. Onde Day e Carol se odeiam durante o dia pelos corredores do CSF (Colégio San Francisco) mas se apaixonam todas as noites uma pela outra.