7 - Trabalho

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Hoje era o dia. Eu iria finalmente contar para Fernanda sobre eu e Carol, já que minha irmã estava vindo nos visitar. Confesso ter decidido adiar um pouco contar para ela, uma vez que a viagem de formatura seria apenas no final do ano, mas com ela vindo para São Francisco decidi que era a hora.

- Dayane? - Levantei o olhar dando de cara com o nosso professor conselheiro, Thomas.

- Viajei, desculpa. - Pedi, estávamos no meio da aula dele, que era de história.

- Tudo bem, mas fique conosco agora, ok? Estou explicando um trabalho importante.

Apenas concordei com a cabeça passando a prestar atenção nele, mas não sem antes desviar o olhar um pouco para Carol que estava excepcionalmente bonita naquela manhã. Carol estava deixando seu cabelo crescer e seu cabelo comprido estava combinando muito com ela.

Voltei minha atenção para Thomas que explicava um dos trabalhos finais do trimestre, apesar de ainda estarmos no começo dele. Era em duplas e extremamente longo, por esse motivo ele estava o passando agora no começo.

Fiquei feliz por um instante, quando imaginei que escolheriamos nossa dupla. Mas rapidamente ele acrescentou que ele quem formaria as duplas.

A minha felicidade se transformou num misto de tensão com alívio quando ele sorteou meu nome junto com o de Caroline. Óbvio, tinha de ser. Me senti aliviada por não ter que fazer trabalho com alguém que não conhecia, mas imediatamente pensei em nossas famílias que nunca estiveram numa picuinha maior do que aquele momento.

- Professor, não da pra trocar de dupla não? - Minha namorada perguntou.

Lhe encarei no mesmo momento, entendia perfeitamente seu pedido e secretamente deseja que a resposta fosse positiva apenas para não ter estresse.

- Não, Caroline, se eu abrir uma exceção para você, tenho que abrir para todos e honestamente? Acho que vai fazer bem você tentar se entender melhor com a Dayane.

Ela me encarou em seguida, seu olhar dizia tudo, estávamos fodidas.

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- Cara, eu daria milhões para ser uma mosca e ver a reação dos pais de qualquer uma de vocês quando eles descobrirem isso. - Victor comentou rindo, estávamos no intervalo.

- Cara, a gente tá fodida.

- Que nada, se vocês fingirem que se detestam bem seus pais não vão nem desconfiar. - Luísa comentou.

- Minha mãe faltou enxotar a Day a base de vassoura quando ela bateu lá em casa. - Carol lembrou, como sempre estávamos distantes.

- É verdade, eu fiquei com medo esse dia. - Declarei.

- Eu vi, fiquei morrendo de dó. Gaguejou e tudo. - Carol continuou.

- Meu Deus isso só fica melhor. - Victor riu mais ainda.

Revirei os olhos, séria cômico se não fosse trágico. Meu celular vibrou e eu rapidamente o peguei em cima da mesa, era Fernanda me avisando que seríamos só nós duas no almoço e me perguntando se eu queria comer fora. Lhe respondi que não, já que precisava começar logo o tal trabalho com Carol e pelo que entendi meus pais estariam fora na parte da tarde, lhe avisei que levaria alguém e olhe para Carol no outro lado da mesa.

- Ei, almoço lá em casa tá? - Chamei sua atenção e ela apenas fez um joinha.

- Que isso, convida a gente também. - Elana brincou.

- A gente vai fazer o trabalho, Nana. - Justifiquei.

- Seus pais sabem? - Bruno perguntou.

- Eles vão trabalhar a tarde. - Sorri e Carol riu entendo o motivo de eu ter lhe chamado tão tranquilamente. - Vai rindo ainda não, Fernanda vai almoçar com a gente.

Inevitável - DAYROLOnde histórias criam vida. Descubra agora