Pânico e terror, era assim que eu me encontrava. Faziam bem uns dez minutos que eu apenas encarava a mensagem de Fernanda, Carol também parecia congelada ao meu lado. Eram 21h50 e eu tinha 10 minutos para estar em casa, mas acho que preferia morrer antes disso.
- E agora? - Perguntei me sentindo perdida. - Meu Deus, Carol, eu tô fodida.
Encarei Caroline, eu estava apavorada. Apesar dos grandes esforços da minha mãe para tratar Carol bem, uma coisa era atura-la como uma colega minha outra era atura-la como namorada.
- Ei, olha pra mim. - Carol segurou meu rosto entre suas mãos. - Eu estou com você, tá bom? E se for preciso a gente foge, eu sei lá, só... vamos respirar fundo e ver onde isso vai dar ok?
Concordei com a cabeça tentando me acalmar, sempre achei que quando nossos pais soubessem quem iria perder todos os parafusos seria Carol, mas elas estava milhões de vezes mais calma que eu.
Minha namorada me ajudou a procurar minhas roupas que estavam espalhadas pela sala e quando menos me dei conta eu já estava no elevador a caminho de casa.
Obviamente Carol não veio comigo, mas ela disse que estaria de prontidão me esperando caso fosse preciso.
Parei em frente a porta de casa, encarando-a tentando criar coragem para abrir ao invés de simplesmente sair correndo como eu queria. Antes que eu pudesse tomar essa decisão a porta foi aberta para mim.
Fernanda me encarou séria e apenas deu passagem sussurrando no meu ouvido.
- Vai pro teu quarto e fica quieta, te vejo lá.
Não lhe respondi, apenas passei reto por meu pai que estava no sofá, ele não sabia. Se soubesse teria ido me buscar a ponta pés na casa de Carol, menos um problema.
Me sentei em minha cama, meus pés batendo freneticamente no chão, meu celular não parava de vibrar com mensagens e Fernanda não havia chego.
Antes de minha mãe passar pelo porta eu já teria entrado em colapso se demorasse muito mais. Meu corpo inteiro inquieto e eu tentava me agarrar na possibilidade de não ser tão ruim, já que bom não seria.
Ainda imersa nos meus pensamentos ouvi a porta ser aberta e a figura de Fernanda apareceu, seu semblante apreensivo, notei o corpo de minha mãe atrás dela. Era agora.
As duas entraram e fecharam a porta atrás de si, Fernanda se sentou ao meu lado enquanto minha mãe puxou a cadeira que ficava na minha mesa de estudos e se sentou na minha frente, me senti no meio do juízo final.
- Essa foi a gota da água, Dayane. - O tom de minha mãe era arrepiante de tão sério e acho que se meu pai não estivesse na sala, ela estaria gritando.
- Mãe, me deixa explicar. - Pedi, feliz por não ter gaguejado.
- Não, eu não quero ouvir sua voz até eu dizer que você pode falar. - Ela me parou. - Eu juro que se seu pai não estivesse aqui, você estava apanhando.
- Sou um pouco grandinha pra isso, não? - Não me aguentei quieta, eu estava pedindo pra morrer.
- Dayane, cale a boca! Como você pôde fazer uma coisas dessas sabendo como seu pai é?! Pelo amor de Deus, ele nunca nem chamou Caroline pelo nome. Sabe o que ele faz com você se descobre uma coisa dessas? No mínimo você nunca mais coloca os pés nessa casa e pelo o que? Uma aventura? Sinceramente, achei que fosse mais inteligente. - Ela suspirou. - Ou ao menos inteligente o suficiente para não ser pega, né? Quer fazer errado, ok, mas faça direito. O seu pai não pode sonhar com isso e...
Notei minha mãe não se incluindo no discurso de repulsa que ela fazia, havia a pego no pulo, ela simplesmente não se importava!
- Você não liga. - Interrompi.
- Como é? Está maluca de dizer se eu não pra sua presença nessa casa e família? - Minha mãe se levantou, ok, talvez eu devesse ter deixado ela terminar de falar antes de a cortar.
- O quê? Não, mãe, estou dizendo que você não liga para o fato de que é a Carol. Você só se importa com o que o meu pai pensa.
- Mas é claro que eu não ligo! - Ela me olhou como se eu tivesse um parafuso a menos. - Na verdade, não me importo nem um pouco com aquela família inteira. Nunca fizeram nada para nós, estão fazendo o trabalho deles como fazemos o nosso. Mas seu pai foi criado nessa atmosfera de rivalidade, eu só entro na onda na frente dele. Você está doida se acha que realmente me importo de perder 5% de vendas para os Biazins e muito mais doida ainda se acha que Caroline é um problema para mim, a menina é um doce!
Minha mãe soltou tudo exasperada, acho que tinha muito tempo que ela vinha guardando aquelas coisas.
- Então qual o problema? - Perguntei confusa.
- O papai, sua bocó! - Fernanda se meteu. - Vai ser lerda assim em Júpiter, meu Deus.
- Mas ele não sabe de nada! - Devolvi.
- Por enquanto, né? Você escondendo as coisas igual sua cara não ajuda. - Minha mãe ressaltou. - Eu percebi no momento em que você defendeu Caroline pela primeira vez, mas para sua sorte seu pai é lerdo igual você.
- Como você descobriu? - Perguntei.
- Bom, como eu disse, eu já desconfiei na primeira vez que Caroline nos encontrou, mas a senhora fez o favor de deixar esse quarto uma bagunça então eu vim arrumar um pouco dele e pegar algumas roupas para lavar. Os bilhetinhos que vocês trocam em sala caíram dos bolsos dos seus jeans, depois disso encontrei algumas saias no meio das suas roupas sujas e óbvio para completar, você largou seu computador aberto e qual o seu plano de fundo?
- Eu e Carol juntas... - Completei baixinho, eu implorei para ser pega realmente.
- Exatamente, ainda bem que fui eu quem entrou aqui. Se fosse o seu pai, suas coisas estava jogadas lá embaixo.
- Então, só pra deixar claro, a senhora está de boa?
- De boa, de boa, eu não estou, mas não pelos motivos que você achava. Nós sabemos a confusão que vai ser instalada quando isso explodir, sem contar que se a senhorita não se lembraria você já tem 18 e Caroline ainda tem 17, não é isso?
- Mas, mãe é só um ano de diferença.
- Eu sei, mas 17 não é 18 e sabe-se lá quão loucos são os pais dela. Então tomem cuidado, entendeu?
Concordei com a cabeça e minha mãe se aproximou, me dando um abraço apertado.
- Acabou essa história de mentir para mim, estamos entendidas? - Novamente apenas acenei. - Ótimo e assim que seu pai viajar amanhã nos vamos convidar a Caroline para jantar aqui, quero conhecer minha nora propriamente.
- Sim, senhora.
Minha mãe não me fez mais perguntas alegando que as deixaria para o nosso jantar com Carol e assim que ela e Fernanda passaram pela porta do meu quarto, mandei uma mensagem para Carol lhe acalmando e dizendo que estava tudo bem já aproveitando para lhe chamar para jantar conosco. Eu só esperava que minha mãe gostasse de Carol tanto quanto eu.
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Inevitável - DAYROL
FanfictionOlá, bem vindes a fanfic mais clichê e leve que vocês já leram. Onde Day e Carol se odeiam durante o dia pelos corredores do CSF (Colégio San Francisco) mas se apaixonam todas as noites uma pela outra.